De Política / JC Depois de o deputado federal José Mendonça (DEM) tecer severas críticas ao senador Sérgio Guerra (PSDB), após este ter defendido o fim da União por Pernambuco em prol de outra unidade, com denominação diferente, o ex-governador e presidente estadual do Democratas, Mendonça Filho, disse que José Mendonça, seu pai, tem autoridade política para expor suas opiniões.

No entanto, disse que, na posição de líder do partido, tem que trabalhar pela unidade das oposições. “Eu trabalho pela unidade e sempre fui um agregador.

Evidentemente que precisamos discutir o futuro, mas não se pode apagar o que a União por Pernambuco fez pelo Estado.

O legado da União é absolutamente atual”, ponderou.

Em entrevista à colunista Ana Lúcia Andrade, publicada na edição de sábado do JC, José Mendonça disse que Sérgio Guerra, ao expor sua opinião sobre o futuro da União por Pernambuco – de que deveria existir em outro formato e com outra denominação –, estava desunindo o grupo. “Onde Sérgio Guerra estiver, a desunião tem de haver, porque ele é contumaz nisso”, disse, responsabilizando-o, inclusive, pela criação do Grupo Independente, que deixou a aliança jarbista, em 2002, e rumou para o PTB – formavam o grupo Armando Monteiro Neto, José Múcio, Joaquim Francisco, Luiz Piauhylino, José Chaves e Roberto Magalhães.

A respeito de um possível desgaste na relação entre DEM e PSDB no Estado para 2010, Mendonça Filho disse que seu palanque “será o de oposição” e, em nível nacional, “trabalharei por José Serra (pré-candidato tucano à Presidência) no Estado”. “Porém, reafirmo o que já disse antes: Vou continuar trabalhando pela união.

Se houver desunião, estou fora.” Na semana passada, o ex-governador disse que não faria parte de nenhum grupo que pregasse a desunião – se referindo às mesmas declarações de Sérgio Guerra.

De acordo com Mendonça Filho, a firmeza de posição é uma das razões que levaram o Democratas a sofrer perdas ao longo deste ano. “Não somos dúbios.

Pagamos o preço da redução de quadros pela firmeza com que apresentamos as nossas posições.

Tem partido que se coloca como um dos maiores do Brasil porque está parte no governo, parte na oposição.

Isso não acontece conosco”, alfinetou.

Recentemente, o Democratas perdeu os deputados estaduais Sebastião Rufino e Ciro Coelho, que debandaram para as hostes do PSB, partido do governador Eduardo Campos.

O PSDB também perdeu um deputado – Raimundo Pimentel, que também se tornou socialista.