De Economia / JC O aumento da conta de água será debatido hoje na audiência pública que a Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) promove no auditório do Senai (na Avenida Norte), das 8h às 12h.

A Arpe vai defender um reajuste de 7,97%, contra os 17,24% reivindicados pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

A elevação nas contas vai entrar em vigor no próximo mês.

Os diretores da Arpe vão fazer uma apresentação explicando como chegaram ao percentual de 7,97% defendidos por eles.

Também no evento, o diretor comercial da Compesa, Décio Padilha, vai defender os 17,24% estimados como necessários pela empresa para adequar os custos.

Na audiência, qualquer participante pode dar uma sugestão que contribua para o cálculo do reajuste.

A finalidade do evento é levantar informações que serão analisadas pela Arpe e poderão alterar o percentual proposto pela agência.

Desde 2005, a Arpe tem concedido um aumento menor do que o pleiteado pela Compesa.

Em 2008, a estatal solicitou um reajuste de 18,52% e a Arpe estabeleceu um aumento de 7,31%, aplicado em agosto do ano passado.

Mesmo com o índice menor, a empresa apresentou um lucro de R$ 500 mil.

A Arpe deverá homologar o percentual de reajuste até a próxima quarta-feira.

A cobrança do aumento só é permitida, pelo menos, 30 dias depois da homologação.

IMPACTO Mesmo sendo bem menor do que o da Compesa, o reajuste defendido pela Arpe será salgado no bolso do consumidor, sendo superior a alguns dos principais índices que medem a inflação no País.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registraram, respectivamente, variações de 4,34% e 4,45% no acumulado dos últimos 12 meses.

No cálculo do aumento, a estatal estima a elevação das despesas na prestação do serviço, como a conta de energia elétrica – que teve um aumento de custo de 15,62% –, a folha de pessoal, compra de materiais e produtos químicos.

O maior custo da Compesa é o pagamento de pessoal.

São quatro mil funcionários e três mil terceirizados.

Entre junho de 2008 a maio de 2009, a empresa gastou R$ 167,8 milhões com esse tipo de despesa e contratou 670 empregados.

Nos números apresentados pela empresa, o valor crescerá 9% no próximo período tarifário, que vai até junho de 2010.

Até lá, a estatal deverá contratar 280 novos funcionários.