(Foto: Ricardo Stuckert / PR) No complemento do discurso que fez em Floresta, no sertão pernambucano, nesta quinta-feira (15), o presidente Lula falou dos opositores à transposição do rio São Francisco. “As pessoas se auto-intitulavam donas do rio, mas o rio estava ali de passagem, as águas iam cair no oceano e a gente queria tirar só um pouco dessa água e dar para a região mais seca do Brasil, o semi-árido”, disse.

Ele chegou a mencionar o ex-governador e senador baiano, Antônio Carlos Magalhães (ACM), um dos adversários ferrenhos do projeto de transposição - os baianos são historicamente contrários à obra.

O curioso é que, sentado atrás de Lula, estava o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, ex-braço direito de ACM e hoje o responsável por tocar a transposição.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi na mesma linha de Lula.

Disse que “as oligarquias trocavam votos por latas d’água, e a água sempre limitou o crescimento e foi instrumento de dominação do povo”.

Na demonstração usual de apoio ao presidente, o governador não dispensou os elogios. “Fácil é botar defeito.

Essas críticas vem de gente que têm água gelada na geladeira, trabalho fácil, do tipo de emprego que se aposenta cedo.

O problema dessas pessoas é dor de cotovelo.

Tiveram a oportunidade de fazer a transposição e não fizeram, já o senhor, Lula, transformou a obra em realidade”.

Vale a lembrança de que o avô de Eduardo, o ex-governador socialista Miguel Arraes fazia oposição ao projeto de transposição, à época do governo FHC. “O rio é do povo”, dizia.

Ainda no discurso em Floresta, Lula não perdeu a oportunidade de fazer os autoelogios que lhe são peculiar. “Tomei água com caramujo, não tinha escolha, não tinha filtro, e infelizmente há nordestinos ainda hoje que tomam essa mesma água barrenta. É preciso ter vivido aqui para ter a clareza do que é a seca do Nordeste.

Agora estamos vencendo todos os obstáculos da transposição e vamos em frente”, profetizou.

Com informações de Jamildo Melo, direto de Floresta