De O Estado de S.

Paulo O homem que dirigia o Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA), da França, Paul-Louis Arslanian, não comanda mais a tarefa de elucidar a tragédia do voo Air France 447.

No momento em que as críticas ao trabalho de apuração que comandava eram mais veementes, o engenheiro anunciou sua aposentadoria.

Em seu lugar, caberá ao também engenheiro Jean-Paul Troadec, de 60 anos, explicar o acidente com a aeronave que fazia a rota Rio-Paris, em 31 de maio, assim como as 228 mortes causadas pela queda.

A substituição foi anunciada em uma discreta nota oficial publicada no site do BEA.

Em breves dois parágrafos, o texto informa apenas que Paul-Louis Arslanian aposenta-se, mas “continuará a colaborar com o BEA, a pedido de Dominique Bussereau, secretário de Estado dos Transportes”.

A mudança no órgão francês veio à tona no momento em que as críticas ao trabalho de investigação das causas do acidente com o voo AF 447 são mais fortes.

Desde seu primeiro pronunciamento após o acidente, Arslanian previu uma investigação “longa e difícil” e minimizou a importância do congelamento dos pitots - sondas cujos dados são essenciais para orientar a tripulação e os sistemas eletrônicos de navegação.

Em julho, quando da publicação do primeiro relatório parcial sobre o acidente, seu assessor imediato, Alain Bouillard, chefe de investigações do BEA, definiu os pitots como “um elemento, mas não a causa” da queda.

Essa versão acabou enfraquecida por sucessivas decisões técnicas tomadas na Europa e nos Estados Unidos pelos órgãos de segurança da aviação civil, que proibiram o uso dos pitots fabricados pela Thales Avionics - medidas que reforçaram as suspeitas sobre a eficiência das peças Leia mais.