Do Blog do Josias No papel, o projeto de lei que cria a Petro-sal proíbe a nova estatal de recrutar funcionários de carreira da Petrobras.
Na prática, o governo recorrerá a uma fórmula que vai transformar a proibição em mera pantomima.
Nesta terça (6), em depoimento na Câmara, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, informou: A primeira leva de servidores da Petro-sal será pinçada da folha de funcionários inativos da Petrobras.
Por quê?
Segundo Gabrielli, a nova estatal “tem de ser formada por técnicos, por quem tem experiência…” “…E quem tem isso [experiência] são os aposentados, já que a empresa [Petro-sal] não pode ser formada por empregados da ativa da Petrobras”.
Criada para gerir os contratos de exploração do pré-sal, a nova estatal terá de fiscalizar a atuação da Petrobras, operadora única das jazidas.
A interdição à contratação de funcionários da estatal petroleira é motivada pelo conflito de interesses.
Seria uma forma de impedir que a exploração do pré-sal seja convertida numa ação entre amigos, em prejuízo da eficiência.
Entre risos, o próprio Gabrielli disse que, depois de estruturada, a nova estatal “vai apertar a Petrobras”.
Gabrielli não disse, mas fica evidente que, apinhada de aposentados da empresa que deveria “apertar”, a Petro-sal pode virar uma fiscal leniente.