Por Priscila Krause Existe um enorme entrave à construção da Via Mangue e à conseqüente melhora no fluxo de veículos entre o Centro e a Zona Sul: é a própria Prefeitura do Recife que, ao desrespeitar toda a qualquer norma ambiental e gerencial, parece não querer que o projeto saia do papel. É exatamente isso: a Prefeitura não quer a Via Mangue. É a única explicação para apresentar um projeto claramente hiperdimensionado, sem estudos de impacto ambiental e sem sequer explicar que destino terão as famílias que serão relocadas.
Os 4,5 quilômetros da Via Mangue vão custar R$ 482 milhões, um disparate quando se compara o projeto aos 120 quilômetros da BR-232 – entre reforma e duplicação – que Jarbas e Mendonça fizeram por bem menos: R$ 465 milhões.
A obra não tem EIA-RIMA (estudo prévio de impacto ambiental e relatório para licenciamento), o que significa que a Prefeitura não está “nem aí” para o destino de boa parte dos manguezais que circundam o trajeto.
Uma dupla incoerência, que denota falta de respeito pelas leis e pelo meio ambiente.
Para completar, o prefeito João da Costa, sem sequer tentar esconder uma veia autoritária, peita o Ministério Público e diz que vai fazer a obra do jeito que ele quiser: sem EIA-RIMA, sem informar para onde vão as famílias, sem explicar porque 4,5 km custarão mais caro que 120 km duplicados e reformados. É o petismo em seu esplendor.
Quando digo que a Prefeitura deve não querer a Via Mangue é a isso que me refiro: um projeto que nasce com tantas irregularidades – coisa que está no DNA do PT – não pode ir à frente, uma vez que vai fatalmente esbarrar nas prerrogativas legais defendidas pelo Ministério Público, Judiciário e Tribunal de Contas. É preciso dizer quem vai perder com tudo isso?
PS: Priscila Krause (DEM) é vereadora no Recife