Da Folha de S.
Paulo A decisão do ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, de articular sua candidatura ao governo de Mato Grosso do Sul em 2010 pode comprometer as alianças para a campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no Estado.
O projeto, chamado de “irreversível” pelo próprio Zeca, prevê a reedição da histórica disputa local com o PMDB do atual governador e candidato à reeleição, André Puccinelli, que apoia o governo Lula, mas se recusa a “compartilhar” a candidata Dilma com o rival. “Encontrei-me com a ministra e disse que ela tem palanque em Mato Grosso do Sul.
E o próprio presidente Lula já me disse: quero o PMDB junto comigo.
Agora, como cristão e monogâmico, aceito um palanque só”, disse Puccinelli.
Nos bastidores, segundo a Folha apurou, o Planalto não se opõe a um acordo pela reeleição de Puccinelli, mas Zeca insiste que “o palanque da Dilma já está montado no PT”, com o apoio da Executiva estadual. “O PT quer ter candidato próprio e eu quero ser candidato.
Portanto, está montado o palanque.
Se o André [Puccinelli] vai apoiar a Dilma ou não vai, é um problema do PMDB, não nosso”, disse Zeca.
Segundo ele, o PT local não vê “nenhum problema” na possibilidade de Dilma subir em “dois, três ou cinco palanques” da disputa estadual.
Zeca afirmou que, independentemente de sua candidatura, seria “suicídio político” uma aliança com o PMDB local. “Nós entendemos a importância de uma aliança com o PMDB nacional, mas aqui nós temos uma polarização muito forte, que vem desde 1996.” Leia mais.