Por Paulo Augusto/Política/Jornal do Commercio Em meio à crescente possibilidade do deputado federal Ciro Gomes se candidatar à Presidência da República pelo PSB, vem aumentando também a pressão para que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), aceite ser o vice na chapa do parlamentar cearense – pressão essa exercida por lideranças dos dois partidos envolvidos.
Lupi despista, mas ele não é o único integrante da legenda que pretende não se precipitar, definindo já os caminhos para 2010.
O deputado Paulo Rubem também entende que é preciso estudar bem as possibilidades antes do PDT definir qual será seu papel nas próximas eleições. “Estamos fazendo um trabalho com a bancada, conversando com o líder e os vice-líderes para construir um documento e depois apresentar para as três candidaturas que poderemos estar juntos, da ministra Dilma Rousseff, de Ciro Gomes e de Marina Silva.
O PDT não pode abrir mão do direito de discutir uma participação importante na disputa eleitoral”, destacou o parlamentar.
O documento em questão deve fazer uma avaliação do governo Lula, ressaltando os avanços e impasses, bem como a posição do PDT em relação às eleições. “Queremos apontar diretrizes para construir uma candidatura.” Embora inclua Dilma na pauta de conversas, a candidata favorita do presidente Lula é a que Paulo Rubem menos vê possibilidades de um apoio já no primeiro turno. “Acho que o PDT não cumpriria seu papel de discutir alternativas se partisse para apoiar a candidatura do PT já no primeiro turno”, afirmou, para depois falar de quais seriam o maiores entraves para uma aliança com os petistas. “A defesa de (José) Sarney (PMDB-AP) no Senado, mais do que ajudar o governo, ajudou o PMDB.
E, da forma atual, numa eventual aliança com Dilma, vamos ficar reféns do PMDB.” Paulo Rubem defendeu as candidaturas “legítimas” de Ciro Gomes e Marina Silva, ressaltando que as vê de forma muito atrelada à continuidade do atual governo e que “existem questões a serem superadas, como a reforma tributária, que não foi feita ainda”.
Até mesmo uma candidatura própria do PDT não pode ser descartada, de acordo com o deputado. “Primeiro eu defendo que o PDT consolide o documento e faça caravanas nos Estados.
Mas, fala-se tanto em nós apoiarmos o PSB.
Por que não o PSB apoiar um candidato do PDT?
Acho legítima a ponderação do PSB de que é necessária mais de uma candidatura do governo.
E essa candidatura também pode ser do PDT”, indicou.