De Cidades/ JC O diretor médico do HR, Helder Corrêa, recebeu com tranquilidade o resultado da auditoria realizada pelo TCE, sobre a qualidade do serviço da emergência.

A Secretaria de Saúde não havia redigido até a última sexta-feira documento com esclarecimentos solicitados pelo tribunal, mas rebateu alguns pontos, como a constatação de que não há déficit de médicos no setor.

De acordo com Corrêa, os 26 médicos escalados para as 12 horas de plantão atuam no limite, chegando ao número de atendimento máximo estipulado pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que é de até 36 pacientes por especialista, nesse período.

A auditoria apontou que a média tem sido de 3,56 atendimentos por médico. “Tomaram como base pacientes que estão entrando e não contaram os que já estão na emergência.

Não é só a quantidade, mas a complexidade.

Um neurocirurgião chega a passar quatro horas em uma sala de cirurgia.” As salas de cirurgia ociosas, constatadas pelo TCE, estão ocupadas.

Segundo o diretor, nesses locais foram instalados farmácia-satélite, que distribui medicamentos para intervenções, e espaço para recuperação de pacientes submetidos a cirurgias eletivas.

Corrêa reconheceu que não há triagem para classificação de risco dos pacientes, o que ainda será realizado.

Outro ponto delicado é o controle do cumprimento dos horários dos médicos.

Explicou que, independentemente da auditoria, a secretaria está fazendo um estudo para identificar os problemas. “O ponto é assinado manualmente.

Na 1ª falta, o ponto é descontado.

Na 2ª, além do desconto, há advertência.

Estamos mais rigorosos.

Se identificarmos problemas, vamos corrigir.” O HR informou que está providenciando a compra de um novo tomógrafo para que todos os exames sejam feitos no hospital.

O Cremepe afirmou que estudos apontam déficit de médicos em algumas especialidades, mas o quadro não está atualizado.

Quer ter acesso à auditoria para se posicionar.

O Sindicato dos Médicos também espera conhecer o conteúdo do relatório, uma vez que precisa saber quais foram os critérios utilizados para indicar que o déficit de médicos não é o principal problema da superlotação da emergência do HR.