Nota da SES Em atenção ao leitor Ruy Fernandes, a Secretaria Estadual de Saúde informa que a saúde mental em Pernambuco tem tido avanços significativos, caminhando em consonância com a reforma psiquiátrica.

Historiando a questão abordada pelo leitor, em setembro de 2008, um paciente ateou fogo na emergência psiquiátrica do Otávio de Freitas.

O setor ficou totalmente destruído.

A emergência psiquiátrica do hospital, todos lembram e a mídia denunciou de forma muito séria e incisiva, era a mais precária possível.

Faltavam médicos nos plantões e ainda havia grades, semelhantes a uma unidade prisional.

Boa parte do problema derivava do fato de o Hospital Otávio de Freitas, referência em traumato-ortopedia (agora mais ainda, com a inauguração, este ano, de um pavilhão ortopédico), não ter o perfil adequado para abrigar uma urgência de psiquiatria.

Com a desativação da emergência do HOF, a melhor alternativa foi transferir o corpo clínico do hospital para o Ulysses Pernambucano, na Tamarineira, a outra grande emergência estadual de saúde mental.

O que, inicialmente, foi uma forma improvisada de não interromper o serviço, tornou-se uma solução para o sistema quando a Secretaria Estadual de Saúde inaugurou, em dezembro de 2008, a nova emergência do Ulysses, modernizada, reformada, equipada e ampliada, com investimento de R$ 500 mil.

As equipes do Otávio de Freitas e do Ulysses ganharam um espaço com infra-estrutura e assistência mais eficientes que as duas emergências antigas.

Com a chegada de 14 psiquiatras do Otávio de Freitas, além de psicólogos e auxiliares de enfermagem, reforçando o serviço, a nova emergência, que conta com 40 leitos de observação (o Ulysses possui ainda 160 leitos para internamento), aumentou sua resolutividade.

Com todos os plantões cobertos com quatro psiquiatras, além dos demais profissionais da área, passou de 25 para 46 atendimentos por plantão.

A gestão na nova emergência, por recomendação do secretário João Lyra, tornou-se mais rigorosa em prol dos pacientes e exigiu o cumprimento da carga horária, o que ainda hoje gera descontentamento por parte de alguns.

Com esses argumentos e números, não queremos defender que não há mais o que fazer pela saúde mental em nosso Estado.

Muito ao contrário.

Reconhecemos a necessidade da abertura de mais uma emergência psiquiátrica.

Por isso, a SES e a secretaria de saúde do Recife estão discutindo a implantação de um novo serviço municipal, com a vantagem de ser uma unidade que atue referenciando e contra-referenciando pacientes para os Centros de Apoio Psicossocial (Caps).

Aos demais municípios, o Estado também estimula a implantação de serviços que possam evitar a concentração do atendimento psiquiátrico nas unidades estaduais ou de municípios da RMR. É trabalhando de forma integrada e regionalizada, com cada ente federativo (mas também profissionais, prestadores de serviço e outras peças do sistema) assumindo sua responsabilidade dentro do SUS, que avançaremos no cuidado aos pacientes com transtornos mentais.