Os comerciantes do Beco da Fome - localizado em uma transversal entre as ruas 7 de Setembro e do Hospício, no bairro da Boa Vista, no Recife - receberam a visita da vereadora Aline Mariano (PSDB), na manhã desta quarta-feira.

A parlamentar foi ao local conversar acerca da situação em que eles ficaram após a retirada da coberta do espaço, pela equipe da Diretoria de Controle Urbano do Recife (Dircon).

A ação aconteceu no último domingo.

De lá para cá os comerciantes estão prejudicados.

Alguns estabelecimentos estão, inclusive, fechados. “(Eles (os técnicos da Dircon) destruíram uma peça da minha porta e não consigo abri-la.

Todo o meu estoque está aí dentro trancado.

Não pude mais vender nada e estou com medo de perder minha mercadoria.

Isso é um absurdo”, lamentou a comerciante Maria Du Carmo, que trabalhava há pelo menos 20 anos no Beco da Fome.

A proprietária de um restaurante que fica no local, Emília Silva, contou que a retirada da coberta foi repentina e de forma desrespeitosa. “Não fomos avisados.

Eles chegaram aqui e saíram derrubando tudo.

Até minha câmera do circuito interno foi quebrada.

Há três meses havia feito uma reforma no meu restaurante e esse investimento foi por água abaixo, pois qual é o cliente que vai querer vir comer aqui debaixo do sol e chuva e podendo, inclusive, ser atingido a qualquer momento por um objeto jogado dos prédios que ficam próximos do beco?”.

A vereadora Aline Mariano se colocou à disposição dos comerciantes para ajudar numa saída para a situação.

Amanhã pela manhã eles estarão na Prefeitura do Recife para conversar com a diretora da Dircon, Maria de Biase. “Vamos aguardar o desenrolar desse encontro.

Se a Dircon não apresentar uma solução vamos discutir de que forma isso será feito.

O que não aceitaremos é ver essas pessoas prejudicadas”, avisou Aline Mariano.

A vereadora não discute a legalidade da ação, mas a falta de planejamento por parte da Prefeitura do Recife para a retirada da coberta. “A prefeitura deveria ter pensado antes em alguma solução, para depois agir.

Mas fez ao contrário: primeiro derrubou a coberta e agora os chamou para dialogar. É preciso deixar claro que essas pessoas estão praticamente paradas.

Não têm como garantir o sustento.

Isso não é justo”.