Alessandra Saraiva, da Agência Estado RIO - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge de Vasconcelos Lima criticou nesta segunda-feira, 28, a discrepância entre projeções da Petrobrás de investimento na refinaria Abreu e Lima (PE), projeto que está sendo desenvolvido com a venezuelana PDVSA.
Em palestra promovida na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), o ministro classificou como “um sério problema”, para plateia composta por empresários, a forte diferença entre as estimativas da estatal para o projeto, inicialmente orçado em US$ 4 bilhões, e que agora demandará em torno de US$ 12 bilhões, de acordo com cálculos mais recentes da empresa.
Na análise do ministro, houve um “superfaturamento nas estimativas da obra”.
Ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto, Lima comentou ter achado as projeções “estranhas”. “Não é normal que uma empresa do tamanho da Petrobrás faça uma estimativa de uma obra de US$ 4 bilhões, e depois aumente a estimativa para US$ 12 bilhões”, observou. “É uma coisa que realmente causa estranheza”, completou.
Porém, ele fez questão de observar que sua análise era “como pessoa física” e que o TCU não pode proceder investigações com base apenas em projeções. “É uma estimativa que não tem um reflexo imediato.
O que investigamos são os valores reais de cada etapa da obra”, explicou.
Entretanto, considerou que a diferença muito pronunciada nas estimativas fará com que o TCU acompanhe com atenção o andamento do empreendimento. “Teremos um cuidado especial com essa obra”, assegurou.
Na semana passada, a Petrobrás divulgou comunicado sobre o assunto, esclarecendo que o investimento na refinaria ainda não foi aprovado pela diretoria da empresa, e que está trabalhando para reduzir os custos da refinaria.
Ex- ministro das Minas e Energia, Lima comentou sobre outro empreendimento relacionado no setor energético: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no município de Itaboraí.
A Petrobrás estima investimentos da ordem de U$ 8,3 bilhões no projeto.
Segundo ele, o TCU permanece em sua investigação sobre suspeitas de superfaturamento nos custos de terraplanagem na obra. “A obra parou, mas não pedimos a suspensão (das atividades)”, afirmou.
O Comperj deve entrar em operação a partir de 2012.