Do Blog de Josias de Souza: Uma missão de seis deputados brasileiros se prepara para viajar para Honduras nos próximos dias.
Consultado, o chanceler Celso Amorim desaconselhara a viagem.
O Brasil suspendeu suas relações diplomáticas com o governo golpista de Roberto Micheletti.
Daí o pé atrás de Amorim.
A despeito da posição do Itamaraty, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que coordena o grupo de viajantes, soltou uma nota neste domingo (27).
Informa o seguinte: 1.
Contactado, o presidente do Congresso hondurenho, José Alfredo Saavedra, se dispôs a receber a delegação de deputados brasileiros. 2.
Procurada, a embaixada de Honduras em Brasília aquiesceu em conceder vistos diplomáticos aos deputados. 3.
Acionado, o ministro Nelson Jobim (Defesa) pôs à disposição da delegação da Câmara um avião da Força Aérea Brasileira. 4.
Para que o avião possa seguir viagem, o governo brasileiro precisa pedir autorização para sobrevoar os países incluídos na rota. 5.
Providências que já estão sendo tomadas por adidos militares e diplomatas credenciados nos países. 6.
Não será possível pousar em Tegucigalpa.
Por quê?
Como as relações com Honduras estão suspensas, o Itamaraty não cogita pedir a autorização. 7.
Para contornar o impasse, os deputados planejam descer em El Salvador, país vizinho de Honduras.
Dali, iriam em vôo de carreira até Tegucigalpa. 8.
Uma segunda possibilidade, menos provável, seria seguir de Brasília até Miami (EUA), em vôo de carreira.
E de lá, para a capital hondurenha. 9.
A comissão da Câmara vai a Honduras com o “objetivo abrir diálogo com o parlamento hondurenho e outras autoridades”, diz a nota de Jungmann. 10.
Diálogo sobre o quê? “Sobre a situação da comunidade brasileira, em especial os diplomatas que se encontram em nossa embaixada”. 11.
Pretende-se, de resto, “buscar medidas e compromissos que reforcem a integridade” da representação diplomática do Brasil em Tegucigalpa.
Além de Jungmann, integram a delegação: Maurício Rands (PT-PE), Cláudio Cajado (DEM-BA), Ivan Valente (PSOL-SP), Marcondes Gadelha (PSB-PB) e Bruno Araújo (PSDB-PE).
A intenção do grupo é a de deixar Brasília entre terça (29) e quarta-feira (30) da semana que vem.
Os deputados chegarão a Honduras num instante especialmente delicado.
O ultimato dado por Micheletti ao Brasil –dez dias a contar deste sábado (26)— estará a cinco dias de expirar.
O presidente de fato de Honduras quer que o Brasil defina o status do golpeado Manuel Zelaya.