Por Augusto Coutinho O Governo do Estado está veiculando na TV publicidade sobre a saúde em Pernambuco. É a tentativa de resposta do executivo às inúmeras denúncias, aos diversos fatos que quase diariamente aparecem na mídia sobre o caos generalizado que é a triste realidade dos hospitais públicos pernambucanos.

Mas o sintomático na história é que a campanha surge poucos dias após a veiculação da propaganda partidária do PMDB, que justamente alertava para a crise na saúde.

O fato é recente e tenho certeza de que todos têm bem claro ainda a lembrança da arbitrariedade do governo.

Visivelmente incomodado com a realidade mostrada pelo PMDB, o governo censurou as inserções.

Agora, pouco mais de duas semanas depois, tenta empurrar aos pernambucanos o Estado irreal que só existe na cabeça dos governistas e na propaganda oficial.

Na verdade, o Estado está passando o recibo de sua inoperância absoluta na saúde.

Censurou a realidade e tenta mostrar o que não existe ainda.

Isso porque a única ação veiculada pela propaganda é o Hospital Metropolitano Norte.

O curioso é que a unidade sequer está em funcionamento, encontra-se atrasada em anos em relação ao cronograma original e é apenas um dos três hospitais prometidos na campanha.

Os outros dois se encontram ainda nas fundações ou em licitação.

Ou seja, não existem.

A questão maior, que o governo se recusa a discutir, é o que será feito dos hospitais que já existem.

A situação em todos eles é de calamidade.

A oposição tem feito visitas sistemáticas às unidades de saúde do Estado.

Não é só na capital que a situação é pra lá de grave.

No interior, tudo vai de mal a pior.

Um exemplo é o estado em que encontramos o Hospital Regional do Agreste, em Caruaru. É só conferir as fotos para ver o descaso.

No hospital, que é referência para 32 municípios, o que se vê são macas espalhadas pelo corredor, uma unidade sem a mínima condição de atender à demanda da população que precisa dele.

Obviamente, seria ingenuidade acreditar que o governo pagaria, com (muito) dinheiro público, uma campanha para mostrar o caos da sua administração.

Mas não é razoável promover a gastança publicitária para tentar responder o irrespondível: por que até agora, depois de três anos de gestão, a saúde só tem piorado?

Os governistas realmente acreditam que a construção dos três hospitais – se conseguirem terminar a tempo – irá resolver todos os problemas?

A resposta é não.

O governo tem errado muito nessa área.

Errou ao nomear o vice-governador para a pasta e erra em não tirá-lo de lá, mesmo diante das enormes evidências de que nada tem funcionado.

Temos, nós da oposição, mostrado a realidade.

O governo deveria nos ouvir, como ouviu recentemente, quando, depois de uma visita nossa ao Coque, com atraso de três anos, resolveu levar ações sociais para o local.

Bom, claro.

Esperamos apenas que faça.

Não dá pra saber se é só jogo de cena.

Mas deveria, então, fazer o mesmo com a saúde e entender o que dizemos: os três hospitais são muito bem vindos, mas não resolvem o problema.

O que falta é uma gestão competente.

Propaganda não engana ninguém e estrutura física não é nem de longe uma solução miraculosa PS: Deputado Augusto Coutinho (DEM), líder da Oposição na Assembleia Legislativa