Na noite de ontem (24), em assembleia realizada na Associação de Medicina de Caruaru, 111 médicos reafirmaram o pedido de demissão, que foi entregue há 30 dias, na Secretaria de Saúde municipal.

Desse número 89 enviaram a secretaria do município uma carta de ratificação da decisão para não restar dúvida.

Após quatro meses de negociações entre o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e a Prefeitura, e sem a contemplação total dos itens solicitados na Pauta de Reivindicação, a categoria decidiu efetivar a entrega dos cargos hoje.

Durante as negociações, os médicos defendiam a equiparação salarial com os colegas do Estado e de outras cidades como Recife e Petrolina, que é de R$3.060.

O vencimento dos médicos do município é R$922 e a proposta da Prefeitura foi de aumentar para R$2.290.

Segundo o presidente do Simepe, Antônio Jordão, a situação chegou a esse nível porque a prefeitura não conduziu a negociação com respeito a classe. “Nosso plano é de equiparação salarial no Estado.

Lutamos por isso em todas as cidades que negociamos e aqui em Caruaru foi igual.

Queremos um salário-base de R$ 3.060”, explicou.

Os médicos demissionários receberam a orientação de agir com cuidado na hora de deixar os plantões nesta sexta-feira. “Não queremos que os pacientes fiquem sem os devidos cuidados, principalmente os que estão na UTI.

Neste caso acionem o diretor técnico das unidades de saúde para repassar a responsabilidade pelos doentes”, acrescentou Jordão.

O diretor do Simepe, Danilo Souza, explicou que outros médicos podem aderir a decisão, portanto que cumpram os 30 dias de aviso prévio, como fizeram estes que hoje já estão se desligaram do trabalho. “Não estamos entregando o nosso trabalho de surpresa e nem gostaríamos de chegar a esse ponto.

Infelizmente a proposta feita por parte da prefeitura a nós profissionais, não contempla.

Temos o direito de escolher onde trabalhar”, argumentou.

De acordo com informações de médicos que deixavam o plantão já ontem à noite, bombeiros (não médicos) foram mobilizados para estar fazendo regulação médica.

Este tipo situação corresponde a prática ilegal da medicina e pode comprometer a vida dos pacientes.