Deu na Veja Online O Brasil começará a produzir vacina contra a dengue.
O procedimento deve estar disponível em cinco anos, segundo anúncio feito nesta sexta-feira pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em entrevista coletiva em Londres.
Conforme o ministro, a vacina será desenvolvida pelo governo brasileiro em parceria com a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), que dividirão o custo de 70 milhões de euros.
Os recursos serão investidos na criação de uma unidade de pesquisa na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, que terá a função de desenvolver tecnologias de prevenção, também, para malária e febre amarela.
A prioridade, porém, será o desenvolvimento da vacina contra a dengue.
O acordo entre a GSK e o Ministério da Saúde - firmado em agosto - abrange ainda o compartilhamento dos direitos de patente das inovações decorrentes do projeto. É a primeira parceria público-privada do Brasil na área de produção de vacinas.
De acordo com Temporão, o projeto é complexo. “Primeiro, é preciso desenvolver um protótipo, depois produzi-lo em escala semi-industrial, depois testar em animais, depois testar em seres humanos. É um longo caminho a ser desenvolvido”, explicou. “O que é mais importante para nós é o desequilíbrio de conhecimento, daí a necessidade de o Brasil fortalecer sua capacidade endógena de inovar e produzir.
E principalmente produzir tecnologia para os problemas de saúde brasileiros”, completou.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, nos primeiros seis meses de 2009, foram notificados no Brasil cerca de 387 mil casos de dengue - quase metade dos 743 mil casos verificados de janeiro a junho do ano passado.
A queda estaria ligada a ações para eliminar os criadouros do mosquito transmissor, como limpeza urbana e mobilização da população.
A doença atinge de 50 a 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, segundo estimativa da OMS.