De Política/JC Três funcionários contratados através de cargos comissionados no Metrorec – indicados pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP) – receberam ontem a resolução de exoneração, documento que desvincula os servidores de suas funções.
A principal alteração foi a saída do superintendente do órgão, Elias Manoel da Silva, que passa agora a ocupar apenas uma função de assessoria.
O superintendente era um dos principais nomes de Eduardo da Fonte na administração pública.
As mudanças, de acordo com fonte do próprio Metrorec, têm ligação com a decisão de Eduardo da Fonte, anunciada em julho, de apoiar a pré-candidatura à reeleição do senador Sérgio Guerra (PSDB), oficialmente do bloco oposicionista.
O ato desagradou ao governador Eduardo Campos (PSB), que mantém o discurso de que só discute 2010 em 2010 e, mesmo assim, viu uma legenda governista se aliar eleitoralmente a um senador oposicionista.
Eduardo e Sérgio Guerra mantêm boas relações – o governador chegou a prestigiar a festa de São João que o tucano promoveu em junho em sua fazenda, em Limoeiro –, mas deve apoiar ao Senado candidaturas de Armando Monteiro Neto (PTB) e João Paulo (PT).
A oficialização do apoio do Partido Progressista à reeleição do senador Sérgio Guerra – ao contrário das adesões de oposicionistas a partidos da base de sustentação do governo, em alta atualmente –, distanciou Eduardo da Fonte do Palácio do Campo das Princesas.
Na época, o governador chegou a sinalizar que não colocava mais o PP como um partido aliado, mas apenas a ex-deputada do partido Ana Cavalcanti, integrante do seu governo (preside o Instituto de Recursos Humanos-URH).
SAÍDA O afastamento do superintendente Elias Manoel da Silva, segundo informações de bastidor, surpreendeu porque um acordo já teria sido costurado há alguns dias: o trato previa a transferência de Manoel da Silva para o Rio de Janeiro, onde está situada a sede da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão federal ligado ao Ministério das Cidades, que operacionaliza os trens com o Metrorec.
A publicação da exoneração, sem a transferência para o Rio, representaria um “golpe” para o deputado Eduardo da Fonte.
Até o fechamento desta edição, o parlamentar não respondeu às ligações da reportagem.
O JC também entrou em contato com a assessoria do parlamentar.
A informação foi que o deputado estaria em reunião fechada.