O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), que governa um Estado produtor do petróleo com reservas de óleo do pré-sal, disse ser favorável à manutenção do atual sistema de royalties. “O comando constitucional determina um tratamento diferenciado para os Estados produtores”, afirmou.
Representante dos Estados produtores no debate realizado hoje em Brasília sobre o pré-sal, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) rebateu a tese que a região de exploração do pré-sal estaria a 300 km da costa e disse que os blocos a serem licitados no futuro estão, na região capixaba, a cerca de 70 km da costa, o que, por si só, traria impactos ambientais e de inchaço de cidades nos municípios próximos aos poços. -Na mesma região que está produzindo o pós-sal tem a produção do pré-sal, na região do Parque das Baleias - disse, ironizando ao debate feito à base de “comoção” pelos gestores nordestinos. “Não podemos ter um debate surrealista.
Não tem proposta para mudar a Constituição (e a distribuição dos royalties)”, afirmou. “Não temos a tecnologia que o Nordeste adquiriu para fazer a comoção nacional em defesa do nosso Estado, mas somos um Estado que, no momento que os constituintes estabeleceram a distribuição do FPE (Fundo de Participação dos Estados) e do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), guardava os mesmos indicadores sociais de boa parte do Nordeste - recordou, afirmando que, no caso do Espírito Santo, a industrialização é recente e tardia”. “Não é justo olharmos para o Espírito Santo e ver São Paulo” - afirmou Hartung.