Jorge Cavalcanti, de Política/JC No ato de novas filiações ao PSDB, o senador Sérgio Guerra foi direto no recado ontem: vai primar pelo fortalecimento do partido, ignorando as críticas de que os tucanos são suaves na oposição ao governo estadual e sinalizando que prefere evitar o chapão (união de todas as legendas aliadas) na disputa proporcional (para deputados) em 2010. “O PSDB não é o PPS, o PMDB, nem o DEM (…) O projeto do PSDB é do PSDB e do povo que o elegeu”, disse.
Presidente nacional da legenda, Guerra alegou que o PSDB lançou candidato no ano passado ou deu apoio, inclusive financeiro, a siglas da antiga União por Pernambuco em 71 municípios. “Desenvolvemos uma luta desigual na região metropolitana.
Ninguém terá autoridade para dizer que nos omitimos nas eleições municipais”, disparou.
Ladeado pelos deputados estaduais e agora tucanos Edson Vieira e Eduardo Porto, Guerra ressaltou que as adesões vieram de pequenas siglas, e não de partidos do mesmo campo de atuação. “Crescemos com as próprias pernas”.
Depois de dez anos filiado ao PSDB, Edson foi para o PSDC, em 2006, numa articulação do deputado federal José Mendonça (DEM).
Volta agora ao seu antigo partido para tentar a reeleição em 2010.
Já Eduardo Porto se desfiliou do PTdoB.
Graças a um acordo com a direção dos pequenos partidos, os dois escaparam da possibilidade de perder o mandato na Justiça Eleitoral.
Em outro recado para o DEM e o PMDB, que desejam fazer uma só coligação com o PSDB (o chapão) em 2010, Guerra foi enfático. “Faremos tantas alianças que se justificarem política e eleitoralmente.
Mas não faz sentido fazer aliança em que os nossos terão menos chances”, disse.
Hoje, o PSDB é o maior partido da Assembleia, com nove deputados.
Os tucanos trabalham para, pelo menos, manter o número no próximo ano.
Possuem um número razoável de pré-candidatos com potencial de votos parecidos e, por isso, preferem disputar sozinhos em uma chapa, pois o DEM e PMDB têm poucos postulantes, mas com expectativa de votação expressiva, o que sacrificaria alguns tucanos.
Apesar de dizer que permite a “manifestação” de companheiros, Guerra colocou a sigla no campo da oposição no Estado. “Não faço oposição a Pernambuco, nem nunca farei.
Tenho estima e amizade pelo governador Eduardo Campos (PSB), mas o campo do governo é um e o nosso é outro (…) Ninguém duvide qual será o papel do PSDB na eleição.” NOME AO GOVERNO Confiante na vitória da candidatura presidencial do PSDB, Guerra recorreu às pesquisas internas para estimular o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) a encarar o embate histórico com Eduardo Campos.
Segundo ele, a chapa vitoriosa em 2002 – encabeçada por Jarbas e com Guerra e Marco Maciel (DEM) ao Senado – compete em pé de igualdade com Eduardo, junto com João Paulo (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB), em 2010.
A insistência de Guerra tem uma razão de ser.
No caso de Jarbas não topar, o tucano encontraria mais dificuldade para renovar o mandato.
O ato de filiações ocorreu na sede do partido, no Bairro do Derby, e foi discreta.
Reuniu apenas tucanos, entre eles parlamentares.