(Foto: Alexandro Auler/JC Imagem) De Cidades/JC A Parada da Diversidade, que será realizada amanhã por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros na beira-mar de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, é rejeitada por 47,4% da população da cidade e conta com o apoio de 46,8% dos moradores.
Pelo menos é o que revela a pesquisa Cultura da Sexualidade realizada pelo Instituto Maurício de Nassau, nos dias 26 e 27 de agosto último e divulgada ontem.
De acordo com o estudo, as mulheres mostraram-se mais tolerantes do que os homens.
Enquanto 60% do público masculino discorda das passeatas, 58% do universo feminino é favorável a esse tipo de manifestação.
Quando comparados pela faixa etária, os jovens são mais maleáveis.
A passeata é aprovada por 60% das pessoas de 16 a 24 anos e reprovada por 76% da população de 60 anos ou mais.
Resultado semelhante se observa para a pergunta sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Do total de entrevistados masculinos, 59% são contrários à união homossexual.
Entre as mulheres, a concordância chega a 62%.
A união entre companheiros do mesmo sexo tem o aval de 69,6% dos jovens de 16 a 24 anos e de 61,8% das pessoas de 25 a 34 anos.
Mas é renegada por 73% daqueles com 60 anos ou mais de idade.
Levando-se em consideração o grau de instrução, para o mesmo questionamento, a pesquisa constata que 61% das pessoas analfabetas ou que não concluíram o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) discordam da união homossexual.
Aquelas que terminaram o Fundamental I e o Fundamental II (6º ao 9º ano) têm opiniões parecidas: 49% e 52%, respectivamente, aprovam esse tipo de casamento.
No estrato representativo do Ensino Médio, 60% são favoráveis à união homossexual.
Dos entrevistados com ensino superior, 55% concordam.
No resultado geral, 50,2% aprovam o casamento dos homossexuais.
No entanto, 56% reprovam a adoção de crianças por pares do mesmo sexo.
A amostra é de 823 entrevistas, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo, diz o coordenador de Pesquisas do Instituto Maurício de Nassau, Adriano Oliveira, aponta para uma mudança de mentalidade. “Quanto mais jovem, maior a frequência de aprovação”, diz.
A pesquisa também mostra a opinião do recifense sobre traição e fidelidade entre casais heterossexuais. “Constatamos que a cultura machista predomina nos homens e mulheres e que a traição é maior nas classes A e B.” Além disso, 8,8% dos entrevistados disseram que o parceiro(a) que trai merece agressão física e 1,2% respondeu que a pessoa deveria morrer.