A saúde é o principal problema da gestão do governador Eduardo Campos.

Os resultados nesta área são pífios e as pesquisas mostram a saúde como a maior preocupação dos pernambucanos, inclusive, superando a segurança.

Mais de sete milhões de pernambucanos dependem do Sistema Público de Saúde e desejam um atendimento de qualidade, que tem sido negado ao longo de vários governos.

O problema é complexo e requer soluções que não são simples.

Exigem medidas de financiamento adequado e gestão pública moderna e eficiente.

Faltam as duas coisas em Pernambuco, como vou mostrar a seguir: Em relação ao financiamento, Pernambuco ocupa, de acordo com recente matéria de capa do caderno “Cotidiano”, da Folha de São Paulo, de segunda-feira (14), o 17º lugar em investimentos próprios em saúde (10,54%), sem cumprir a lei do mínimo constitucional de 12% (contrariando o que vem sendo dito pelo Governo, que afirma gastos da ordem de 14%).

Mais ainda, recebemos um valor per capita do Ministério da Saúde inferior ao da Paraíba e Sergipe (apesar da influência política junto ao Governo Federal) como mostrou recente matéria publicada em um jornal do estado.

Nossos hospitais públicos recebem para custeio muito menos do que necessitam para um atendimento digno.

Você sabia que a Secretaria de Saúde paga duas vezes mais a diária de um leito de UTI nos hospitais privados (exemplo: Hospital Alfa) em relação ao que é pago aos seus hospitais próprios, como o Hospital da Restauração?

FALTA, PORTANTO, FINANCIAMENTO FEDERAL E ESTADUAL!

Quanto à gestão, apesar dos esforços do secretário João Lyra Neto, por quem tenho apreço e admiração pessoal, é um neófito na área e, como tal, tem vacilado muito em tomar as decisões mais acertadas, perdendo muito tempo para decidir questões básicas, além de sua tendência centralizadora de decisões, o que compromete o desempenho da Secretária de Saúde.

Carecemos de um modelo eficiente de gerenciamento em várias áreas essenciais com avaliação e controle de fluxos, compras, almoxarifado, entre outros.

Veja por exemplo, o tempo perdido com o projeto das fundações públicas de direito privado que parece ter sido enterrado ou a demora para inaugurar obras como a emergência do Hospital Otávio de Freitas e equipá-las.

Ou ainda repor as equipes desfalcadas em hospitais, apesar de melhoria salarial concedida pelo Governo Estadual.

Na questão de recursos humanos, estivemos abertos para um processo sério de avaliação de desempenho que pudesse penalizar, mas que também premiasse a eficiência e os bons resultados dos profissionais.

Porém, este modelo e a nova lei de produtividade também foram negados.

FALTA, PORTANTO, COMPETÊNCIA À GESTÃO DA SES!

Acompanhamos esse trabalho da SES ao longo de um ano, após a assinatura de Termo de Compromisso com o Governo do Estado e lamentamos que este Governo tenha desistido da administração direta dos hospitais, sem ter provido os recursos e a gestão que eles precisam para mostrar resultados.

Optou o secretário João Lyra pelo caminho mais fácil, sendo simplista ao assinar o atestado de incompetência da gestão e entregar o patrimônio público às chamadas Organizações Sociais, que são alvo de reações e investigações em outros Estados pelo Ministério Público.

Não é qualquer gestão privada que é eficiente e nem sempre o interesse público está vigente nestes contratos.

A PRIVATIZAÇÃO NESTE PAÍS NEM SEMPRE TERMINA BEM PARA O POVO, COMO JÁ VIMOS EM OUTROS CASOS, COMO O DA CELPE.

Você deve lembrar aqui bem perto e recente do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), que hoje está sob INTERVENÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO, pela falência da gestão privada que acumulou um DÉFICIT DE MAIS DE 20 MILHÕES DE REAIS comprometendo a atenção dos pacientes com câncer.

Outros exemplos são o InCor, em São Paulo, que acumulou déficit de 160 milhões.

Vamos continuar lutando pelo que acreditamos e isto realmente se chama ideologia.

E vamos continuar reclamando, sabedores que incomodamos e iremos, ainda, incomodar muito os governantes de plantão que atentem contra os interesses da saúde pública, pois ISTO É EXERCÍCIO DE CIDADANIA!

André Longo Presidente do Cremepe Eduardo não vai abrir nem para um trem na briga com médicos para implantar novo modelo de saúde Em São Paulo, gestão de hospitais por Organizações Sociais também gera polêmica