Ines Andrade, de Política/JC O prefeito do Recife, João da Costa (PT), acredita que já cumpriu sua missão como governante.
Pelo menos esse foi o tom do discurso realizado ontem pelo político, durante o aniversário de um ano de reforma do Mercado do Cordeiro. “Se o meu mandato terminasse hoje, eu acho que já teria cumprido a minha missão”, declarou o prefeito, que iniciou sua gestão este ano.
As palavras do petista geraram na ocasião a reação de populares, que prontamente responderam: “O senhor tem muito para fazer”.
A declaração foi feita depois de João da Costa elencar algumas ações realizadas na curta sua gestão.
O administrador lembrou da viabilização financeira para a urbanização da comunidade do Pilar, garantiu que as obras dos habitacionais das comunidades dos Coelhos e Via Brasil serão iniciadas até o final de outubro, e citou a assinatura de contrato para execução do Projeto Capibaribe Melhor.
Questionado posteriomente sobre seu discurso, João da Costa explicou que foi “força de expressão” por se sentir realizado com as ações do seu governo. “Você urbanizar três comunidades que há 50 anos vegetam na lama e na palafita é uma satisfação para qualquer governante.
Se meu mandato se encerrasse hoje, eu já teria cumprido parte dos meus compromissos”, ponderou.
O prefeito também se disse satisfeito com a reação popular. “Foi bom porque a manifestação foi de quem ficou preocupado, achando que o mandato poderia acabar e queria que ele continuasse.
Então é positiva”.
BANCADA PARALELA Logo após cantar parabéns no aniversário de reforma do mercado, o prefeito foi procurado pelos vereadores Luiz Eustáquio (PT) e Múcio Magalhães (PT) para falar sobre a criação da bancada paralela na Câmara.
Na última terça-feira, um grupo de 12 vereadores da bancada governista anunciou que faria uma atuação independente, numa crítica à relação mantida com o Executivo.
Múcio explicou que foi procurar o prefeito como interlocutor. “O pessoal reafirmou que é governo e que quer conversar com o prefeito”.
Apesar de ter criticado a postura de quem procura cargos no governo, na terça-feira passada, João da Costa desta vez procurou minimizar o movimento dos insurgentes. “O Poder Executivo não se mete na autonomia (do Legislativo).
A Câmara se organiza da sua melhor maneira.
Do ponto de vista político, continuo dialogando com todo mundo na medida do possível.
Continuou vendo (o grupo) como uma bancada do governo e é assim que continuarei tratando”.
O prefeito acrescentou que não faz avaliação da liderança. “Acho que o conjunto da bancada até hoje tem correspondido ao projeto da cidade e do governo.
Nós aprovamos todos os projetos importantes da cidade do Recife.
Não tem porque fazer uma avaliação.
A não ser avaliação positiva”.