Antonio Lavareda (MCI-Ipespe), acompanhando a Reforma Eleitoral, avaliou a liberação da Internet nas próximas eleições como um passo positivo.
O cientista político lembrou a mobilização de novos eleitores, um aspecto onde a internet teve um papel fundamental na campanha de Obama. “Outro aspecto que também foi permitido agora no Brasil, a arrecadação.
Os Democratas (EUA) cadastraram mais de três milhões de doadores através do meio internet e aí conseguiram contribuições de pequenas quantias, pequenas quantias no padrão americano, não é, coisa de 75, 80 dólares cada um.
E aqui no Brasil, há um espaço importante, grande, para utilização, para dinamização - porque ela já foi utilizada em outros pleitos - do uso da internet, que vai ajudar a baratear as campanhas e vai permitir mobilizar, motivar, sobretudo o eleitorado mais jovem, que é o mais afastado da política e que se decepciona e frustra mais com a política e os políticos”, comentou.
Lavareda lembra que essas ferramentas todas, de um mundo relativamente novo, Youtube, Twitter, Blogs, Podcasts, Flickers, Facebook, esses sites de relacionamento , só vão ajudar a disseminar informações e a tornar mais democrático nosso processo eleitoral. “O número de brasileiros, que já tem acesso a internet, divulgado agora em julho, no estudo Ibope Nielsen é expressivo: são 64,8 milhões de pessoas que utilizam a internet nas suas residências ou no trabalho, ou nas escolas, nas lan houses, nas bibliotecas, nos tele centros.
Número que cresceu bastante, se a gente lembra que dois anos atrás eram 40 milhões apenas, cresceu mais de 50%.
Para Lavareda, devemos apostar e esperar agora que essa diminuição de restrições, ou permissão maior para o exercício da crítica, docontraditório nas campanhas se estenda também para os outros veículos. ”A nossa legislação eleitoral é exageradamente restritiva.
Primeiro porque ela tem uma obsessão por campanhas curtas, a um período de 50, 45 dias na televisão e no rádio e qualquer tentativa de afirmar a candidatura em período anterior, acarreta punições pelos tribunais eleitorais, alvo de ações pelo Ministério Público.
E também pela proibição da crítica, do contraditório, ou seja, é uma vedação de que se exercite a critica, se explicite as diferenças entre os candidatos e os projetos durante a campanha eleitoral.
O que faz as nossas eleições menos democráticas do que poderiam e deveriam ser”, lamenta.
Para quem acha que as campanhas são intermináveis, o cientista político ainda analisa que isso se dá porque elas se concentram num período muito curto.” Os programas eleitorais de televisão com veiculações excessivas são concentradas em apenas 45 dias.
Se durassem mais os eleitores não suportariam.
Deveriam, portanto, ter vida longa, mas sem grandes excessos”, alerta.