Roseane Albuquerque Da Radio Jornal em Petrolina Ao assumir em janeiro deste ano a prefeitura de Petrolina, maior cidade do sertão do estado, o peemedebista Júlio Lóssio sabia do grande desafio que tinha pela frente.
Talvez ele só não imaginasse a quantidade de problemas que surgiriam em tão pouco tempo.
Em apenas nove meses de gestão, Lóssio teve que administrar os reflexos da crise mundial no município, a queda no repasse do FPM, o impasse com o IMIP(que acabou deixando o gerenciamento do Hospital Dom Malan) e, agora, se vê às voltas com a lista de demissão de pelo menos 30% dos cargos comissionados.
E não pára por aí: somente esta semana, duas baixas importantes no primeiro escalão: José Mendes Júnior (Saúde) e Fernando Schuller (Educação), que pediram exoneração de seus respectivos cargos alegando questões pessoais.
Durante uma entrevista coletiva concedida nesta terça, no gabinete, Lóssio afirmou ter consciência de que vai promover mudanças que eventualmente tragam desgastes para sua administração, mas pontuou ser necessário fazer isso agora para garantir que a máquina administrativa possa funcionar com serviços eficientes para o cidadão. “Claro que não estamos fazendo isso com satisfação.
Vou demitir pessoas que eu não gostaria de fazer isso.
Mas se não tomar essa atitude, posso comprometer o pagamento da folha.
O sindicato dos servidores tem conversado conosco com relação a aumento salarial, mas já colocamos para eles que precisamos deixar passar esse momento e, aí sim, voltar a negociar.
Se eu der um aumento agora, estarei sendo irresponsável porque depois a folha pode atrasar”, explicou.
Sobre o desgaste, o prefeito foi enfático. “Prefiro que Júlio Lóssio se desgaste do que o povo.
Digo sempre que não sou prefeito -estou prefeito – minha obrigação e missão é fazer o melhor para as pessoas.
E desgastes naturalmente fazem parte da vida política”.
Sobre os cargos comissionados, Lóssio disse que este período de nove meses foram suficientes para avaliar o rendimento das pessoas.
Citou que alguns serão transferidos de setor, de pasta e pediu elegância de gestos aos que sairão. “Peço que tenham elegância de sair do mesmo jeito que entraram.
Ninguém entra no governo elogiando o prefeito e não deve sair ‘atirando’.
Os cargos comissionados são prerrogativas do prefeito e isso tem que ser bem compreendido pelas pessoas”.
Já as pastas de Saúde e Educação estão com secretários interinos até que o prefeito escolha e nomeie os titulares.
Na saúde assumiu a coordenação o assessor Patrício Valgueiro, que é secretário de Governo.
Há especulações de que até o dia 01 de outubro o substituto(a) possa assumir. “ Estamos avaliando um perfil, claro que pretendemos colocar alguém que possa dar sua contribuição como assim o fez o ex-secretário José Mendes.
Sabe-se que é uma secretaria que funciona 24 horas, pede muito de seu titular e vamos anunciar o nome tão logo estejamos com o convite aceito”, destacou Lóssio.
Na Educação, a secretária adjunta Célia Regina Gonçalves é quem deve assumir interinamente.