Por Isaltino Nascimento Por Isaltino Nascimento A sociedade pernambucana não admite mais que o tema violência seja politizado.
Principalmente quando se coloca em questão os crimes contra vida.
Isso acontece porque a população foi chamada a participar da política pública de segurança através do Pacto pela Vida e entendeu que esta é uma problemática muito séria.
E que a questão perpassa governos.
Por isso, tentar se locupletar de um trabalho conjunto particularizando a questão não leva a lugar algum, sem falar que não é ético.
Até porque os planos que vêm sendo executados desde 2007 através do Pacto pela Vida têm a participação de várias instâncias governamentais e da sociedade civil organizada.
Os resultados obtidos até agora são significativos e mostram que o governador Eduardo Campos, que assumiu a questão da segurança para si, está no caminho certo.
Basta lembrar que quando ele assumiu o governo, em 2007, Pernambuco tinha perdido o controle da violência.
A situação era de tal ordem preocupante – Pernambuco era reconhecido como o mais violento do Brasil – e o descrédito tão grande em relação à capacidade do Estado e das instituições policiais de garantirem condições mínimas de segurança que a população havia perdido quase completamente a esperança.
Além de desacreditada e descrente de si mesmo, a polícia estava desaparelhada e desarticulada.
Em janeiro de 2007 o efetivo era menor que em dezembro de 1998.
E o sucateamento revelava uma frota em situação constrangedora.
Não havia formação nem qualificação.
Não havia armas, coletes a prova de bala.
Sobretudo, não havia gestão.
E agora, em setembro de 2009, dois anos e nove meses depois?
O que foi feito para estarmos alcançando nos oito primeiros meses deste ano a significativa redução de 10% nos índices de homicídios em todo o Estado?
Vamos listar algumas ações para não nos alongarmos: contratação de mais de 6 mil homens para as forças policiais do Estado, locação de 1,2 mil veículos novos, treinamento, investimento em inteligência, combate aos grupos de extermínio, ações sociais através do Governo Presente, sem falar de muitas outras iniciativas envolvendo as diversas secretarias de Estado, que agora trabalham de forma transversal.
Os que são do contra e ainda não entenderam que segurança pública deve ser tratada com seriedade não conseguem enxergar a importância dos 10% de redução dos homicídios e tentam ver problemas no interior do Estado.
Mas como hoje Pernambuco possui uma das mais confiáveis estatísticas criminais do país, referendas pelo Fórum Nacional de Segurança Pública, isto fica difícil.
Porque as manobras “numéricas” para tentar distorcer a realidade são facilmente identificadas e contestadas.
Vamos ao caso do interior de Pernambuco.
Será que os críticos do governo Eduardo Campos não “perceberam” que está havendo uma importante retração do número de homicídios na maioria dos grandes municípios de Pernambuco?
A conferir: entre 2006 e 2007 a taxa de crimes violentos letais intencionais (CVLI) diminuiu -3,7% nos grandes municípios (com mais de 100 mil habitantes); no período seguinte continuou diminuindo (-4,2% entre 2007 e 2008), e agora a diminuição já atinge -16% nos oito primeiros meses de 2009, comparados com o mesmo período do ano passado.
Desta forma, municípios importantes do interior, como Caruaru (-18%) e Vitória de Santo Antão (-6%) vêm acompanhando essa tendência de retração da violência nos oito primeiros meses de 2009.
A redução em Garanhuns, inclusive, supera a registrada em Petrolina (-32%), com uma queda de 41% na sua taxa de CVLI.
Essa queda pode ser atribuída à acertada focalização das ações do Governo de Estado nesses municípios, seguindo a lógica da alocação racional de recursos.
Pois é nos grandes centros urbanos aonde historicamente vêm se registrando os maiores patamares de criminalidade violenta, tanto em números absolutos como em taxas por 100 mil habitantes.
E não a nada a esconder com relação aos municípios de menor porte.
Vejamos: nos de pequeno e médio porte, a taxa de homicídios aumentou 1% entre 2006 e 2007, reverteu no ano seguinte, diminuindo -0,5% entre 2007 e 2008.
E agora, acentuou levemente a queda (-1,2% entre janeiro a agosto de 2008 e 2009).
Vale ressaltar que está sendo verificado que nos pequenos municípios a maior parte dos homicídios acontece em áreas rurais, amiúde motivados por desavenças afetivas ou familiares ou por rixas entre vizinhos.
O que faz ainda mais forte a necessidade da parceria entre governo e sociedade, como prega o Pacto pela Vida.
Desta forma, o foco deve estar voltado para a internalização de uma cultura de resolução de conflitos de forma não violenta na sociedade interiorana.
O que já é motivo de preocupação do governador Eduardo Campos e sua equipe, que passam o dia todo trabalhando e não tentando se promover em cima de um trabalho que é fruto esforço de muitos.
PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual pelo PT e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.