Considerando o que foi apresentado pela Arpe na audiência pública da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira, sobre o reajuste proposto pela Compesa, a presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deputada Terezinha Nunes, e os representantes das entidades presentes, solicitaram à agência, no final do encontro, que não conceda aumento nas contas de água dos pernambucanos este ano.

Segundo a deputada, “se a própria Arpe mostrou na audiência que o IGPM, índice normalmente utilizado para cálculos do reajuste da Compesa, teve um desempenho negativo (-1,84) nos últimos doze meses, a majoração é imprópria e conclui-se que, ao solicitar um aumento de 15,33%, a Companhia foi desrespeitosa para com os consumidores”.

Na audiência todos cobraram explicações para a solicitação de tamanho reajuste e muitos criticaram a ausência do órgão na audiência pública.

A deputada Terezinha Nunes esclareceu que a empresa chegou a confirmar à comissão a presença do diretor Décio Padilha.

E concluiu: “Se a Compesa não veio é porque não tem condições de explicar o reajuste solicitado”.

O presidente da Secovi, Luciano Novaes, lembrou que a Compesa “apresentou há dois anos nesta Assembléia um plano de eficiência e nunca mais apareceu para mostrar se realmente o fez e se deu certo”.

Ele criticou o uso do IGPM como índice de cálculo do reajuste, adiantando que “enquanto nos últimos 10 anos, o IGPM teve um reajuste de 182%, o IPCA teve um índice de apenas 108%.

Se for utilizado o IPCA, a Compesa teve neste tempo aumentos acumulados de 168%, muito superiores, portanto, ao IPCA, embora inferiores ao IGPM.” Após o pronunciamento de Luciano Novaes, o presidente da Arpe, Ranilson Ramos, anunciou que a agência deve começar a utilizar o IPCA e não o IGPM em seus cálculos.

Explicou, porém, que no reajuste deste ano isso ainda não vai acontecer.

Sobre as cobranças dos presentes à audiência, ele esclareceu que a Arpe não pode ainda dizer quanto vai autorizar de reajuste, pois não recebeu todos os documentos solicitados à Compesa, mas lembrou que o cálculo deste ano não vai considerar apenas os índices inflacionários dos últimos doze meses mas também o que deixou de ser cobrado em anos anteriores.

Uma nova audiência pública agendada pela Arpe está prevista para o dia 14 de outubro, portanto, o aumento deve vigorar em novembro.