No Estado de S.

Paulo PORTO ALEGRE - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan (PT), acolheu na quinta-feira, 10, pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), que também é alvo de ação judicial de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

Em nota oficial, o governo gaúcho manifestou “profunda surpresa” e afirmou que a decisão de Pavan tem “cunho absolutamente pessoal”.

Os deputados estaduais do PSDB também lançaram nota de protesto.

O pedido de impeachment foi feito pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais.

Teve como base a denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça, que envolve Yeda em supostos desvios de recursos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

A governadora nega envolvimento em irregularidades.

Apesar da “surpresa” manifestada pelo governo, a iniciativa do presidente da Assembleia, adversário de Yeda, já era esperada nos meios políticos.

A aceitação do pedido de impeachment significa apenas a abertura de um processo, com a criação de uma comissão especial de 36 integrantes para analisar o caso.

A composição da comissão respeitará o tamanho das bancadas.

Aliados de Yeda devem ocupar 24 das 36 vagas.

Mas, como o processo de impeachment é longo, a oposição, mesmo minoritária, pode impor desgastes ao Executivo.

Ontem mesmo integrantes da base governista se reuniram para definir a estratégia de ação.

O pedido de impeachment foi acolhido pouco mais de uma semana depois de Yeda sinalizar a intenção de disputar a reeleição no próximo ano. “Em 2010 teremos um grande debate, com todos os gaúchos, sobre a importância histórica de reafirmar nosso projeto”, disse ela, no início do mês, ao promover mudanças no comando de quatro secretarias.

Com a reforma no secretariado, a governadora reforçou a aliança com o PP, partido que tem a segunda maior bancada na Assembleia.

Em 32 meses de gestão, Yeda já promoveu 25 alterações no primeiro escalão.

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