Da Agência Brasil A Petro-sal, nova empresa estatal criada para administrar os recursos do pré-sal e ser “o olho” do governo nos contratos de compra e venda do óleo, segundo a ministra Dilma, foi criticada hoje (8) por senadores da oposição, durante a audiência pública sobre o marco regulatório anunciado na semana passada.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) anunciou que vai propor uma emenda para garantir que os dirigentes da empresa passem pela aprovação do Congresso Nacional.

Para ele, a estatal será desnecessária porque suas atribuições podem ser exercidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Ele também criticou o fato de o país estar apostando tanto em petróleo quando o mundo procura outras fontes de energia, mais limpas. “Acredito que o Petro-sal e seus lucros precisam ser garantidores da transição que o Brasil precisa fazer.

Não sei que valor terá o Petro-sal em 2060”, afirmou o senador tucano, reforçando a necessidade de adotar energias limpas para o futuro.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) concorda com o projeto do governo quanto ao protagonismo da Petrobras, que vai operar os contratos de exploração, mas também acha que os dirigentes da nova estatal precisam ser aprovados pelo Congresso. “Nesse modelo, a primeira coisa que tem que acontecer é que os dirigentes dela [Petro-sal] devem passar pelo Congresso.

Do jeito que está o Lula escolhe quem quer”, afirmou Simon.

O prazo para votar os projetos também foi alvo de críticas por parte dos senadores, que não aceitaram bem a ideia de ter 45 dias corridos para debater o assunto. “A cada debate que se tem sobre a matéria aparecem mais dúvidas.

Eu acho 90 dias [para Senado e Câmara] um período muito curto para esclarecer dúvidas sobre um assunto tão importante”, afirmou o autor do requerimento para a audiência, senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

O líder do governo na Casa, Aloísio Mercadante (PT-SP), defendeu o regime de urgência. “Diversas reformas importantes, como a das telecomunicações, aconteceram em cinco meses e nenhum empresário apareceu reclamando que era pouco tempo”, lembrou.