Da Reuters Líderes de Finanças dos países do G20 comprometeram-se neste sábado em manter os pacotes de socorro à economia até que a recuperação esteja assegurada, mas não chegaram a um acordo sobre limites às gratificações a banqueiros.
Ministros de Finanças e representantes de bancos centrais, em reunião em Londres, concordaram que políticas fiscais e monetárias permanecerão “expansionistas” até o mundo se recuperar de vez da sua pior crise financeira desde a Segunda Guerra Mundial.
A afirmação está num esboço do comunicado conjunto do encontro, ao qual a Reuters teve acesso.
A situação econômica global é certamente muito melhor desde que esses líderes se reuniram em abril para tratar do tema, mas os governos se preocupam com o fato de a recuperação vir a sair dos trilhos, caso haja uma mudança de política prematura. “Vamos continuar a implementar as medidas de apoio financeiro necessárias e políticas fiscais e monetárias expansionistas consistentes com a estabilidade de preços e a sustentabilidade fiscal a longo prazo, até a recuperação estar firmemente assegurada”, afirmava o esboço do documento.
Com os políticos procurando alguém para culpar pela recessão, a retórica antes da reunião havia tido como alvo os banqueiros e os seus bônus de milhões de dólares.
No entanto, os ministros não chegaram a um acordo sobre um teto para esses bônus, como havia sido defendido por alguns países e organizações internacionais.
Eles concordaram em criar uma estrutura global para impor controles mais rígidos sobre pagamentos em instituições financeiras e assim desencorajar banqueiros a assumirem os tipos de riscos que iniciaram a crise atual.
Esses controles incluem postergar pagamentos de gratificação e submetê-los a um sistema para possíveis devoluções, no caso de problemas nos mercados.
O compromisso foi de que o Conselho de Estabilidade Financeira, um conselho global regulatório, vai estudar o tema dos limites e toda a questão de pagamentos. “Gratificações não podem premiar falhas ou estimular riscos”, disse o premiê britânico, Gordon Brown, no início da reunião em Londres.
O esboço do comunicado conjunto aponta que países emergentes como Índia e China têm que contar com mais força no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Banco Mundial, mas não oferece fórmulas para isso.
Considerados os principais países emergentes, Índia, China, Rússia e Brasil propuseram na sexta-feira mudanças nas formas de participação das duas organizações internacionais.