Do Comunique-se O deputado federal Edmar Moreira (PR-MG), que ficou conhecido como “deputado do castelo”, entrou com processo contra o jornal Diário do Comércio.

A ação pede indenização por danos morais de valor maior que a sua remuneração anual, de R$ 200 mil.

O deputado também pede que reportagens sejam retiradas da internet.

O editor do site, Luiz Octávio Lima, e o repórter Sérgio Kapustan também são alvos do processo.

O diretor de redação do Diário, Moisés Rabinovici, informa que a ação está em fase inicial e que ainda não está claro como cada réu é citado.

Rabinovici explica que as informações publicadas pelo jornal foram, em grande parte, produzidas pela Agência Estado.

Lembra ainda que o caso está presente no Museu da Corrupção, criado pelo Diário. “Renascimento da censura?” Nesta terça-feira (01/09), o jornal publicou um editorial no qual classifica a ação movida pelo deputado como uma tentativa de censura. “Mas o castelo é apenas o símbolo ou emblema visível da corrupção.

A questão que se coloca é o novo modo de afrontar a liberdade de imprensa. (…) Não será este exercício de ações indenizatórias o renascimento da censura?”, questiona o veículo. “Dano moral sofreu o Brasil” O editorial ainda critica a “indústria do dano moral”, e afirma que a ação não vai intimidar o veículo. “Para o jornalismo a ameaça faz tão somente aumentar a disposição e a vigilância.

Por isso reiteramos o que o deputado do castelo não quer ouvir ou não percebeu: dano moral sofreu, sim, o Brasil!” Edmar Moreira possui um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões na cidade de São João Nepomuceno, no interior de Minas Gerais.

O deputado também foi julgado e absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara em ação que levantava suspeitas de irregularidades na utilização da verba indenizatória. “O DC e a imprensa não ingressaram em assuntos privados do ser humano Edmar Moreira.

Tudo que contra ele foi levantado e até provado, embora os amigos o tenham livrado da cassação do mandato, é assunto político, de interesse da sociedade dos representados que não quer uma imprensa dócil ou manipulada”, diz o editorial.