Os prefeitos João da Costa e Edvard Bernardo, de Recife e Moreno, receberam nesta segunda-feira o ofício número 494/09 do gabinete de Elias Gomes, que sugere a realização de reunião tripartite “para tratar dos encaminhamentos necessários a remediação ambiental do passivo deixado pelas atividades de destinação de resíduos sólidos no Aterro da Muribeca, praticado com responsabilidade compartilhada pelas três prefeituras”.

Durante cerca de 25 anos, a área do antigo Lixão da Muribeca recebeu a deposição indevida de resíduos, que eram despejados no local sem o devido tratamento.

Com o tempo, o pequeno espaço tornou-se o maior depósito de lixo do Estado.

Isso provocou a proliferação de muitos fatores que desequilibram o meio ambiente da comunidade e da cidade como um todo.

Principal fator poluente, o chorume é o líquido escuro formado através da infiltração da água das chuvas e da proliferação dos microorganismos em virtude da decomposição do material orgânico e principalmente inorgânico.

O gerente de Meio Ambiente da Prefeitura de Jaboatão, Rodolfo Aureliano, aponta que o riacho Muribequinha - que concentra a maior parte do fluxo de líquidos provenientes do Lixão que chegam ao Rio Jaboatão - é uma vítima evidente dessa poluição causada pelo liquido tóxico.

Os 95 hectares do lixão da Muribeca produzem 2,5 litros de chorume por segundo.

São 216.000 litros despejados diariamente. “Por onde o líquido passa morrem animais, a vegetação.

O líquido é dez vezes mais ativo do que o esgoto doméstico na retirada de oxigênio da água dos rios por onde ele passa”, garante Rodolfo.

O impacto ambiental é irreversível, o que tem de se ver são modelos compensatórios.

De acordo com Aureliano, mesmo com o fechamento do espaço, a produção do líquido tóxico ainda continuará por aproximadamente mais 10 anos, despejando também gases poluidores na atmosfera, como o metano e o CO2. “Essa situação já causou e vai continuar causando danos ambientais e sociais gravíssimos, além das doenças que afetam a nossa população em virtude da poluição”, ressalta.

Por causa desses problemas causados pelo funcionamento do Lixão, Jaboatão dos Guararapes enfrenta graves problemas ambientais.

Para remediar a situação, a Prefeitura vai agir mediante o termo de ajustamento de conduta elaborado pelo Ministério Publico de Pernambuco, que orienta ação através do sistema do poluidor-pagador.

Um exemplo deste acordo já está sendo feito pelo município, que está cumprindo a sua porcentagem de responsabilidade social com os ex-catadores da Muribeca. “A dimensão e rapidez da poluição do local foi causada pela falta de planejamento e precauções destinadas a remediar os danos ao meio ambiente, antes da sua consolidação do espaço.

Isso porque, os resíduos foram sendo despejados sem uma determinação precisa de que o local seria um aterro sanitário, não tendo sido feita uma permeabilidade protetora do solo para protegê-lo contra a degradação do lixo.

O serviço só foi realizado depois que o aterro já estava em funcionamento”,diz Jaboatão.