A produção industrial de julho de 2009 registrou queda de 10,7% na comparação com o mesmo mês de 2008. “O destaque negativo ficou por conta da produção de autoveículos, que, após dois meses consecutivos de crescimento, recuou 1,0% na passagem de junho a julho”, destaca Leonardo Mello de Carvalho, coordenador do Indicador Ipea de Produção Industrial Mensal, divulgado hoje.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a queda no setor de autoveículos foi de 11,5%, a décima seguida, desde o agravamento da crise internacional, em outubro último.
A queda de 1,0% foi inesperada, pois os estoques haviam se reduzido, com volume de vendas recorde em junho.
Em julho, as vendas de veículos no mercado doméstico também caíram, totalizando 285.406 unidades.
Já a produção de papel e papelão voltou a apresentar crescimento, avançando 2,2% em relação a junho.
Após cair 0,5% em junho, a carga de energia se recuperou em julho, crescendo 1,7%.
Dentre os 27 ramos pesquisados, 13 apresentaram variação positiva.
Apesar deste resultado, a sexta alta consecutiva, a indústria encerrou o primeiro semestre de 2009 com recuo de 13,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Os destaques positivos foram a indústria extrativa - avanço de 5,3% - e o setor de bens de capital, com crescimento pelo terceiro mês seguido.
Com este último resultado positivo (2,1%), o setor acumulou avanço de 5,5% no trimestre encerrado em junho.
Já a categoria de bens de consumo semi e não duráveis caiu 2,6% em relação a maio, o primeiro resultado negativo desde janeiro.
Na comparação interanual, todas as categorias voltaram a registrar queda.
O pior resultado, mais uma vez, foi registrado na produção de bens de capital, com retração de 22,8% em relação a junho de 2008.