Por Gilvan Oliveira, de Política / JC O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), vai abrir outro flanco no debate com a Prefeitura do Recife sobre o aterro sanitário instalado na cidade, conhecido como Lixão da Muribeca.

Desta vez sobre o passivo ambiental.

Ele informou, ontem, que enviará até o fim da semana um ofício ao colega recifense, João da Costa (PT), chamando-o a iniciarem os entendimentos sobre medidas a serem tomadas para recuperar a área do lixão.

Mesmo reconhecendo que o tema é delicado, o tucano negou que a iniciativa possa gerar uma nova crise institucional entre os dois municípios, como a ocorrida há três meses. “Queremos fazer valer o entendimento que os dois municípios assumiram com o Ministério Público (MP)”, afirmou.

Ao citar o MP, Elias se refere ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2008 pelos representantes dos dois municípios e mais o prefeito de Moreno (Região Metropolitana) para desativar o lixão e promover a recuperação ambiental do local.

Na desativação, as gestões do Recife e Jaboatão entraram em disputa sobre onde seria construído um novo aterro público.

Em janeiro último, Elias revogou uma autorização dada pelo seu antecessor, Newton Carneiro (PRB), para construção da nova unidade em Jaboatão.

A disputa se encerrou quando os dois municípios entraram em acordo e passaram a utilizar um aterro privado.

Elias informou que irá propor a João da Costa a contratação de uma auditoria para dimensionar o dano ambiental e indicar as medidas para recuperar a área ou, onde não for mais passível de recuperação, minorar os danos.

Recife, Jaboatão e Moreno arcariam com os custos da recuperação proporcionalmente à quantidade de lixo que despejavam no lixão: 74%, 23% e 3% respectivamente.

O secretário de Serviços Públicos do Recife, José Humberto Cavalcanti - pasta diretamente envolvida com o tema – classificou como “natural” a iniciativa de Elias. “Isso já estava previsto no TAC e estamos a par de tudo”, disse.

Ele, porém, preferiu só comentar qualquer proposta após a reunião com a equipe de Jaboatão.

ENERGIA Mesmo negando a intenção de polemizar, Elias adiantou uma proposta com potencial para gerar outra divergência com a gestão João da Costa.

Ele defende que Recife, Jaboatão e Moreno arquem, proporcionalmente, com os custos de projetos para extração de energia elétrica dos gases gerados no lixão, mas só Jaboatão seja beneficiária com os dividendos da atividade. “Jaboatão deveria receber isso como compensação pelos anos de degradação”, defendeu.