O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopes Feijó, questionou o presidente da Confederação Nacional da Indústria(CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), pela rejeição a abertura de negociação, em 2007, com os 4 mil metalúrgicos que entregaram uma carta de reivindicação à confederação patronal.

Feijó defendeu que a redução de jornada fosse feita por meio de negociação entre sindicatos e patrões. “Nem para dizer não a CNI respondeu e, agora, sugere que seja feita a negociação e não uma lei para reduzir a jornada.

Não podemos fazer um discurso que não corresponda à prática”, criticou o dirigente da CUT.

O Diretor Técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), Clemente Ganz Lúcio, afirmou que o Brasil está preparado para reduzir a jornada de trabalho.

Segundo o diretor, nos últimos anos as empresas têm obtido ganho de produtividade e o trabalhador tem demonstrado capacidade para produzir com uma jornada menor.

De acordo com o Dieese, a produtividade da indústria cresceu 85% nos últimos 20 anos e houve ganhos salariais que fortaleceram o mercado interno. “A pergunta que temos de responder é se o Brasil está preparado para construir uma redução da jornada que eleve a qualidade de vida do trabalhador e garanta a produtividade das empresas.

Sim, o Brasil está preparado “, disse o dirigente do Dieese.

A afirmação do diretor foi na comissão geral da Câmara que discute a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas. “A redução da jornada é uma forma que o País tem de distribuir riqueza.

O custo de trabalho no Brasil é baixo e a produtividade é alta.

Existe espaço para redução da jornada”, defendeu Clemente.