(Foto: Jane de Araújo / Agência Senado) Os senadores que assinaram recurso rejeitado pela Mesa do Senado contra o arquivamento, pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, de acusações envolvendo o presidente da Casa, José Sarney, vão impetrar mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando o direito de investigar as denúncias.

O recurso ao Plenário foi negado na última sexta-feira pela 2ª vice-presidente da Casa, Serys Slhessarenko (PT-MT).

Reunidos na manhã desta terça-feira (25) no gabinete do líder do PSOL, José Nery (PA), os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Jefferson Praia (PDT-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Renato Casagrande (PSB-ES), ao lado de Nery, anunciaram que o mandado de segurança será solicitado até esta quarta-feira (26). - Nosso último recurso é ao Judiciário, uma vez que não tivemos nenhuma vitória no Senado.

Como não confiamos nas decisões do Conselho de Ética, agora é recorrer ao STF, para que ele se manifeste.

Esse mandado de segurança é para alegar que não nos foi dado o direito de fazer as investigações que íamos fazer - afirmou Casagrande, à saída da reunião.

Ao comentar a decisão tomada no encontro, Cristovam Buarque disse que a rejeição pela Mesa do recurso da oposição não encerrou a crise política no Senado. - Querem passar a idéia de que o Senado voltou à normalidade, mas não voltou.

Não é com a recusa de um recurso que a crise vai acabar.

O povo não aceita isso e nós também não vamos aceitar - disse Cristovam.

Também sustentando que a crise não é uma página virada, o líder José Nery anunciou que, paralelamente a esse mandado de segurança, seu partido ajuizará no STF uma Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPC).

Isso porque a legenda entende que, ao negar as investigações que a oposição desejava fazer, o Senado descumpriu norma constitucional.

Nery também informou que o senador Pedro Simon (PMDB-RS), embora não tenha participado da reunião, concordou com as decisões ali tomadas.

Da Agência Senado