Resultado da audiência pública, solicitada por Terezinha Nunes à Comissão de Meio Ambiente da Alepe, nesta manhã, para discutir a possível implantação de uma usina de tratamento de resíduos sólidos na Área de Proteção Ambiental (Apa) Rosinete Falcão, mais conhecida como Mata do Uchoa, um das poucas localidades onde a mata atlântica original ainda está presente em Pernambuco: Entre as sugestões dadas pelos presentes ao encontro – deputados e moradores dos bairros vizinhos à mata – foi acordado que será feito um pedido de impacto de vizinhança e ambiental e a formação de uma comissão para visitar não só a APA, mas também outros dois terrenos no Curado (próximos ao TIP e à margem da BR-232) que são de propriedade do governo do Estado e chegaram a ser cogitados para implantação da usina. “Após essas visitas, que vamos marcar junto à Comissão de Meio Ambiente, moradores e entidades interessadas, enviaremos um documento para o Governo solicitando o uso de um dos outros espaços que seja mais adequado ao empreendimento”, disse Terezinha Nunes. “O que não pode é uma usina de tratamento de lixo ser instalada num espaço de preservação ambiental, podendo provocar danos ao ecossistema.

Precisamos encontrar uma solução”.

De acordo com diretor técnico do Consórcio Recife Energia, responsável pelo empreendimento, Joacir Lameu, o Governo do Estado não permitiu a construção da usina nos terrenos do Curado porque próximo ao TIP fica o parque tecnológico e na outra área será iniciada a construção de um hospital. “O Recife é pequeno territorialmente, só nos restou esse espaço”, afirmou, acrescentando que a usina gerará 200 empregos.

A presidente do colegiado, deputada Ceça Ribeiro, ressaltou que um dos maiores problemas da humanidade, hoje, é a produção de lixo “É preciso acompanhar de perto o assunto, porque os empreendimentos tendem a ser instalados em áreas de proteção ambiental”, observou.

Entre os representantes dos bairros vizinhos – um total de 11, com mais de 250 mil habitantes – muitas questões foram levantadas, sobretudo em relação ao impacto ambiental e à vizinhança.

Para Lucy Machado, do movimento de defesa da Mata do Uchoa, não tem sentido instalar a usina em um local de preservação e de moradia. “Nós não somos contra a instalação da usina, mas lá não é o lugar adequado”, protestou.