Por Jorge Cavalcanti, de Política / JC Encerra-se hoje o prazo para o registro das chapas que vão disputar a presidência do diretório estadual do PT, há 14 anos sob o controle da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), antiga Unidade na Luta.

Até o momento, há quatro candidaturas colocadas.

O vencedor vai comandar o partido no ano da sucessão estadual (2010).

A CNB – do secretário estadual das Cidades, Humberto Costa – já fechou em torno da reeleição do atual presidente Jorge Perez.

Enquanto que o Campo de Esquerda Unificado (CEU) anuncia o candidato na manhã de hoje, em entrevista coletiva pouco antes da inscrição, na sede do PT.

Liderada pelo ex-prefeito João Paulo, a tendência vai definir entre o deputado federal Fernando Ferro e o ex-presidente do PT no Recife Oscar Barreto.

Por fora, correm duas correntes pequenas: O Trabalho, com Edmilson Menezes, e Novo Rumo, com Alexandre Medeiros.

As quatro candidaturas vão disputar a preferência de cerca de 90 mil petistas com direito a voto, distribuídos em 169 dos 184 municípios do Estado.

Ou seja, aqueles filiados até um ano antes da eleição, marcada para 22 de novembro.

A correlação de forças entre as duas maiores tendências – CNB e CEU – está ficando mais acirrada a cada disputa.

No âmbito estadual, porém, a ala liderada por Humberto ainda leva vantagem.

Na eleição anterior, Perez enfrentou o hoje presidente da Câmara do Recife, Múcio Magalhães.

Depois de muita polêmica e a interferência da Executiva nacional, Perez sucedeu a Dilson Peixoto na presidência do partido em Pernambuco (leia matéria ao lado).

O CEU prefere fazer mistério sobre o nome do escolhido. “Vamos fazer ainda uma reunião (hoje de manhã), depois anunciar o candidato e, em seguida, regsitrar a chapa”, conta Múcio.

Inicialmente, a tendência propôs João Paulo como presidente, sob a tese do “consenso”.

Mas o nome foi rejeitado pela corrente adversária.

Integrantes da CNB ouvidos pelo JC trabalham com o cenário mais provável de Ferro ser o candidato.

Argumentam que o parlamentar tem mais peso político e menos arestas dentro da legenda. “Além de que ele se comportou como porta-voz da corrente durante todo o processo”, ressaltou um petista ligado a Humberto.

MUNICIPAL Após a inscrição dos candidatos ao diretório estadual, os petistas vão começar a discutir a eleição para o comando do partido nos municípios.

Onde há apenas comissão provisória, os filiados podem votar nos dirigentes no âmbito estadual, mas não escolhem os dirigentes locais.

O Recife é o maior colégio eleitoral do Estado, com cerca de 35 mil pessoas com direito a voto.

Na capital, os pratos da balança se invertem.

O grupo de João Paulo tem a simpatia da maioria dos filiados.

Em 2007, apoiou e elegeu para a presidência a secretária de Assistência Social do Recife, Karla Menezes.

Serão dois meses de campanha para os três níveis dos diretórios, até o dia 22 de novembro, quando termina o Processo de Eleições Diretas (PED) do PT.