O projeto de instalação de uma usina incineradora de resíduos hospitalares no município de Moreno está cada vez mais distante de ser concretizado.

De um lado, a manifestação de moradores da cidade e autoridades políticas que protestam contra a iniciativa.

Do outro, o próprio prefeito de Moreno, Edvard Bernardo, assinando um decreto que cancela a permissão para a construção do empreendimento.

Nesta quinta (20), a Comissão de Meio Ambiente realizou uma audiência pública para debater o assunto.

José de Anchieta, representante da empresa MC Consultoria, apresentou detalhes do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do projeto de instalação do incinerador em Moreno.

O trabalho foi encomendado pelo Grupo Atento, empresa financiadora do empreendimento.

Segundo Anchieta, o estudo não detectou nenhuma irregularidade que inviabilize o empreendimento.

De acordo com Anchieta, o acondicionamento das cinzas resultantes da incineração será feito em aterros sanitários.

Ele acrescentou que a geração de efluentes líquidos e resíduos sólidos será de baixo impacto, sem qualquer prejuízo para a qualidade do solo e a saúde da população.

O vereador de Moreno, Professor Joaquim, afirmou que o Estado não possui estrutura para avaliar a qualidade dos gases emitidos pela incineradora.

De acordo com ele, a área prevista para o empreendimento fica próxima a residências, parques ecológicos e mananciais.

O deputado Pedro Eurico, do PSDB, que sugeriu a realização da audiência, lembrou que Moreno guarda a maior área de reserva ambiental da Região Metropolitana do Recife e, por isso, seria o local menos adequado para a instalação de um incinerador.

O presidente do Grupo Atento, João Carlos Marques, explicou que o tratamento final do lixo hospitalar de Pernambuco é feito por uma única empresa, a Serquip.

Segundo ele, diversas irregularidades podem ser encontradas na incineradora que atualmente opera no Estado.

Carlos Marques admitiu que pressões políticas podem fazer com que o novo incinerador seja construído em outro local.

Para a presidente da Comissão de Meio Ambiente, Ceça Ribeiro, do PSB, já está claro que a Prefeitura e a comunidade de Moreno não desejam receber uma usina incineradora.

De acordo com a parlamentar, a discussão deve ser mais ampla no sentido de que sejam apresentadas soluções definitivas.

Do site da Alepe