Da Agência Brasil O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), colocou hoje (18) o cargo à disposição da bancada, alegando pressão de aliados para substituir os integrantes petistas no Conselho de Ética do Senado.

Uma manobra com objetivo de beneficiar o presidente do Senado, José Sarney.

Ele disse aos aliados que não estaria disposto a trocar nenhum integrante e que se isso ocorrer, terá que ser com outro líder. “Fazer esse tipo de coisa, tem que ser outro líder”, disse o petista, de acordo com relato de aliados.

O PT tem duas vagas ainda não preenchidas de suas três cadeiras no Conselho de Ética.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) são suplentes e não querem assumir como titulares, conforme deseja Mercadante.

A posição do líder desagradou os senadores petistas.

Caso Ideli e Delcídio não assumam como titulares, outros dois senadores cotados para ocupar as vagas são Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo no Senado e Roberto Cavalcanti (PRB-PB).

Alternativa seria adotada caso a bancada concorde em repassar uma das vagas para outra legenda do bloco de apoio do governo, formado por PR, PSB, PC do B e PRB.

Os dois senadores estariam dispostos a votar a favor de Sarney no Conselho de Ética.

Hoje, a senadora Ideli chegou a conversar com o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP) sobre o assunto.

Já o senador Delcídio Amaral evitou falar da questão, mas também se mostrou insatisfeito com a postura de Mercadante. “Devemos nos reunir e conversar um pouco sobre o assunto.

Amanhã (19) teremos uma posição”, disse.

Na parte da tarde, após participar do depoimento da ex-secretária da Receita, Lina Vieira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o líder petista não foi visto mais no Senado.

De acordo com Delcídio, ainda não houve nenhuma conversa de Mercadante com a bancada. “Como coloca uma posição dessa sem estar sendo discutida conosco?”, disse.