Da Agência Estado Ao saber que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou a ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira a mostrar a agenda que comprovaria a reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que Lula “está falando demais” e deveria ficar calado.
Lina Vieira afirma que a ministra lhe pediu para “agilizar” as investigações contra o empresário Fernando Sarney, mas Dilma Rousseff nega o encontro. “Seria tão mais simples e tão mais fácil se a secretária (Lina) mostrasse a agenda do encontro com a Dilma.
Ela não precisaria gastar dinheiro, pegar um avião.
Era só pegar as duas agendas”, disse Lula, ao responder às perguntas dos jornalistas após o encontro com o presidente do México, Felipe Calderón. “Toda vez que se começa a fazer carnaval com coisas que não dão samba, as coisas vão ficando cada vez mais desacreditadas na opinião pública”, disse o presidente. “O Lula deveria calar a boca.
Ele está falando demais.
Faz uns 15 dias que ele está sendo o maior adversário da Dilma, ele deve ter mandado a Dilma pedir (a Lina Vieira que encerrasse as investigações envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney).
Se houver tropa de choque, haverá resposta, ela tem que ser respeitada”, disse Simon, na tarde desta segunda-feira, 17.
Lina Vieira contará sua versão da história em audiência marcada para esta terça-feira, 18, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse nesta segunda-feira, 17, que vai apresentar dois requerimentos à CCJ - um de convite para que Dilma Rousseff fale à comissão sua versão da história, e outro propondo a acareação de uma com a outra.
Os oposicionistas sabem, entretanto, que a possibilidade de aprovar qualquer um dos pedidos será difícil.
A CCJ é composta 23 senadores titulares, sendo 14 da base aliada e apenas nove da oposição. “A agenda é irrelevante.
Pode ter sido encontro extra agenda.
Nem sempre há agenda, nem sempre há anotações”, observou o senador tucano. “A acareação acabaria com o dito pelo não dito”, avaliou.