Por Augusto Coutinho Mais uma vez utilizo este espaço para falar de um tema que há muito está na pauta da oposição, a grave crise que se consolidou na saúde em Pernambuco.
Denúncias não param de chegar, através da ouvidoria do site da bancada, relatando sucessivos exemplos do caos em praticamente toda a rede estadual.
A mais recente delas chegou nesta segunda-feira (17) e reforça a certeza de que algo precisa ser feito urgentemente.
A denúncia diz que pacientes dos hospitais da Restauração e Getúlio Vargas, que deviam ser atendidos na UTI, por falta de vagas acabam não recebendo o tratamento adequado.
Há precariedade de recursos materiais, como monitores, bombas de infusão, bem como de recursos humanos: auxiliares de enfermagem em número inadequado, falta de fisioterapeutas e enfermeiras etc.
Outro ponto que me chamou atenção foi como o denunciante terminou seu desabafo: “sei que este é um tema recorrente, mas não poderia deixar de fazer este registro”.
Isso mostra como a população sabe que este é um assunto que tem sido pauta constante nos jornais, uma situação que se consolida cotidianamente e o pior, pelo visto, sem perspectivas de solução.
Mas a resposta do Governo do Estado a estas questões continua sendo o silêncio.
Outra denúncia diz que muitos pacientes que procuram o ambulatório do HR estão sendo encaminhados para o PAN de Areias.
Isso mostra que o que já era precário, está cada vez pior.
A reforma do ambulatório, prometida há dois anos, começou, mas o prazo de conclusão é de pelo menos três meses, criando uma situação de total falta de condições de atendimento aos pacientes e de trabalho para os profissionais, o que tem gerado o encaminhamento para outras unidades.
No Jornal do Commercio de hoje foi publicada uma matéria sobre o retorno da marcação de consultas para quem deveria ter sido atendido durante a greve dos servidores da saúde.
Houve, no entanto, divergências entre os funcionários e a Diretoria do Hospital, por conta da falta de condições de trabalho em meio à obra do laboratório, e a marcação foi adiada para amanhã.
São exemplos pontuais, claro, mas proliferam.
Já fomos ao Hospital da Restauração algumas vezes nos últimos dois anos, o quadro é o mesmo: abandono, descaso.
Cito estes exemplos, pontuais, específicos, mas que pintam o triste quadro de uma realidade que infelizmente não é só do HR.
Toda a rede estadual sofre de um mesmo mal: falta de gestão.
O que nos preocupa ainda mais é que, se há tanta deficiência de gerenciamento na rede atual, não dá para imaginar que vai ser diferente quando os três novos hospitais – por enquanto existentes apenas no virtual – virarem realidade.
PS: Deputado Augusto Coutinho(DEM) é líder da Oposição na Assembleia Legislativa