A celeuma em que se meteu o município de Moreno desde que a empresa Atento solicitou autorização à CPRH para instalar um incinerador de lixo hospitalar no local deverá acabar na próxima terça-feira, quando a Câmara de Vereadores deve aprovar uma lei de autoria do vereador Romero Arcoverde (PRP) proibindo a concessão, por dez anos, de qualquer licença para instalação de incinerador de resíduos ou aterro sanitário no município.

O projeto, que foi aprovado em todas as comissões da Câmara esta quinta-feira, tem o apoio, segundo Romero, de todos os 10 vereadores, tanto os que pertencem à base do prefeito Edvar Bernardo (PMDB), quanto os de oposição. “ Entendemos que Moreno é o município de maiores mananciais e de maior área verde da Região Metropolitana e não pode emprestar seu território para este tipo de iniciativa”, argumenta.

O vereador explicou ainda que “ por possuir muita área verde, a população de Moreno vem sendo prejudicada até para a instalação de projetos habitacionais e não se justifica que não receba casa e receba lixo”.

O prefeito Edvar Bernardo diz que apóia a iniciativa da Câmara e sancionará a lei a ser votada na próxima terça-feira. “Não vou deixar que se instalem projetos em Moreno com os quais a população não concorde.” Os vereadores vão comparecer esta sexta-feira ao ato que contará com a presença do deputado federal Fernando Gabeira, em Moreno, para mostrar para a população que as providências para impedir a instalação do incinerador já estão tomadas.

O vereador Marcelo Bruno ( PHS), líder da situação na Câmara, disse que Moreno “precisa de investimentos mas rejeita projetos que não tragam, como é o caso, nem retorno financeiro e nem social para a população”. “O Governo do Estado devia se preocupar em instalar empresas em Moreno pois temos um alto índice de desemprego e uma população muito carente, e não em defender que aqui seja construído um incinerador de lixo que nenhum benefício vai trazer.

Pelo contrário, nos traria muitos problemas”.

Sabe-se, no entanto, que para a instalação de empresas é necessário engajamento da iniciativa privada.

O Governo pouco pode fazer nesse sentido.