Para o ex-líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PT-PE), a vantagem de Marina Silva sobre Dilma Rousseff (PT) numa eventual disputa em 2010 não está consolidada. “Ainda é cedo; uma desvantagem de Dilma pode ser revertida, e o PV ainda não tem definidas suas alianças em nivel estadual e federal para o ano que vem”, diz o parlamentar. “Eu tenho esperança e espero que Marina não saia do partido”.
Um pesquisa divulgada nesta quinta-feira revelou que Marina teria vantagem sobre a ministra-chefe da Casa Civil em dois cenários eleitorais diferentes no próximo ano.
O estudo foi encomendado ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) pelo PV, que convidou a ex-ministra do Meio Ambiente para se candidatar à presidência da República pela sigla em 2010.
Quando Ciro Gomes (PSB-CE) fica de fora do pleito, José Serra (PSDB-SP) chega a 37%, enquanto Marina vence Dilma por 24% a 16%; com Aécio Neves (PSDB-MG) no lugar de Serra, Marina conquista o primeiro lugar com 27% das intenções de voto, ante 25% do governador tucano e 19% de Dilma.
Ainda segundo o estudo, com Heloísa Helena (PSOL-AL) no páreo, Marina fica na quinta colocação com 10%, enquanto Heloísa tem 13%, Dilma 14% e Ciro Gomes 16%.
Serra lidera, com 28% das preferências eleitorais.
Sem Heloísa, Marina empata em 14% com Dilma, ao passo que o governador paulista chega a 30% e Ciro, 22%.
Nesta quarta-feira, 12, o ex-ministro José Dirceu disse que o mandato de Marina pertence “ao povo do Acre, e ao PT e sua militância”, numa referência à possibilidade de o PT reivindicar o mandato da senadora caso ela troque de agremiação.
A senadora não “merece ser alvo de retaliações”, discorda Rands. “Marina é uma pessoa idealista, tem 30 anos de história no partido e, se sair, não será por oportunismo”, afirma.
Caso se candidate, Marina também pode dividir o eleitorado tido como progressista, admite o deputado pernambucano, complicando a estratégia eleitoral do PT à presidência. “Dificulta, sim, no sentido de haver uma eleição plebiscitária, que compare as gestões de Lula e de Fernando Henrique Cardoso”, diz.