No Blog de Josias O esqueleto da multinacional Alston, que assombra o PSDB paulista, voltou a se remexer no armário A pedido do Ministério Público, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de duas contas bancárias abertas na Suíça e atribuídas a pessoas ligadas ao tucanato.

Uma das contas estaria em nome de Jorge Fegali Neto, ex-secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo e irmão do presidente do Metrô.

A conta atribuída a Fagali Neto recebeu perto de R$ 20 milhões.

Dinheiro de propina, sustenta o Ministério Público, procedente da Alston.

Foi irrigada até setembro de 2003.

Hoje, teria um saldo remanescente estimado em US$ 7,5 milhões, o que equivale a R$ 13,7 milhões.

A segunda conta, informa a promotoria, estaria em nome de Robson Marinho.

Vem a ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

No governo tucano de Mário Covas (1995-1999), Marinho era secretário de governo.

O saldo dessa conta é estimado em R$ 2 milhões.

Fagali Neto e Robson Marinho negam que mantenham dinheiro depositado no exterior.

O par de contas já havia sido bloqueado pelo Ministério Público da Suíça.

A decisão da Justiça brasileira tem o objetivo de evitar o desbloqueio.

De resto, abre-se o caminho para que o Ministério Público e a Justiça do Brasil requeiram a repatriação dos recursos.

Os negócios da Alston começaram a ser esquadrinhados em investigação aberta na Suíça.

No Brasil, a apuração envolve um contrato para a modernização de uma subestação de energia no centro de São Paulo.

Coisa de R$ 110 milhões.

O Ministério Público obteve cópia de correspondência trocada entre dois executivos do Grupo Alstom, sediado na França.

Escrito em francês, o texto indica que o fechamento do negócio teria sido condicionado ao pagamento de 7,5% de comissão.

O documento anota que a remuneração se destinaria às finanças do partido, ao tribunal de contas e ao secretariado de energia.

O texto atribui a negociação a um secretário do governador de então, Mário Covas.

Traz entre parênteses as iniciais RM.

Para a Promotoria, RM é Robson Marinho, ex-secretário de Covas e atual conselheiro do Tribunal de Contas estadual.