Por Giovanni Sandes, no JC desta sexta A histórica briga jurídica entre o Estado e a Caixa Econômica Federal, após o acordo de setembro de 2007, ganhou forte conotação política.

O governador Eduardo Campos (PSB) festejou o alinhamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, meses depois, no Recife, criticou a “teimosia” do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), atualmente seu principal opositor no Senado, em não chegar a um entendimento com a Caixa.

Jarbas, por outro lado, alertava sobre o futuro endividamento do Estado com o acerto.

Eduardo, em 17 de setembro de 2007, celebrou o “acordo histórico” e a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, citou a “alegria” em voltar a financiar o Estado.

Mas Lula, em 26 de março de 2008, sob críticas de Jarbas no Senado, subiu o tom, no Recife. “Não foi possível fazer acordo.

Quem ganhou com isso?

Pernambuco ganhou alguma coisa?

Sabem quem perdeu?

O povo de Pernambuco, porque o Estado ficou oito anos sem poder tomar um real emprestado à Caixa Econômica Federal.

Então, a briga e a teimosia das pessoas, às vezes, são tão irracionais que a gente não percebe que no meio da briga de dois gigantes o povo está lá, como se fosse uma fatia de mortadela esmagada, sendo engolida, sem ninguém perguntar ao povo se ele quer que faça assim ou que faça assado.” Jarbas não comentou o discurso.

Por sua assessoria de imprensa, fez referência apenas a uma nota sua, de abril de 2007, em que, entre outras críticas, afirmava que o acerto de Eduardo endividaria o Estado.