Do Blog de Reinaldo Azevedo O triste espetáculo a que se assiste no Senado tem um maestro: Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda que a proximidade com gigantes morais como José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) possa lhe trazer algum desgaste, aposta nas reservas bastante elevadas de sua popularidade: acha que agüenta um ataquezinho especulativo à sua credibilidade.

Daqui a pouco, ele sai dando pito no Congresso, dizendo que ninguém vota nada, que isso é ruim para o Brasil, que é hora de trabalhar etc.

O apoio de Lula a Sarney foi selado naquela conversa que Dilma Rousseff manteve com o velho senador.

Ele usou argumentos sem dúvida convincentes.

O petista nem pensou em piscar.

Ademais, ele quer o PMDB em 2010.

Na bruxaria de Brasília, surgiu mais um motivo para tentar manter Sarney onde está.

Já chego lá. É evidente — como aqui já se escreveu, creio, uma centena de vezes — que certas práticas no Senado e, mais amplamente, na política antecedem a era Lula.

Mas também é inegável que nunca atingiram, como agora, o estado de arte.

Já desenhei aqui uma espécie de emblema desses tempos: quando o PT estava na oposição, sua divisa era: “Ninguém presta, só eu”.

No poder, mudou: “Ninguém presta, nem eu”.

Ocorre que os lulo-petistas nos convidam a considerar que eles não prestam com mais eficiência do que os outros; que o seu jeito de não prestar é bom para o Brasil.

E isso é inédito.

Mais um motivo Diz-me um interlocutor que transita bem no governismo que a, por assim dizer, “área pensante” do Planalto considera que a permanência de Sarney no cargo, a se confirmar, significará a segunda grande derrota da imprensa — ou da “mídia”, como dizem por lá.

Segundo os feiticeiros, Dilma pode enfrentar uma imprensa algo hostil, e é importante que a “mídia” esteja “desmoralizada”.

Sim, usam a palavra “desmoralizada”.

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