Da Agência Estado O governo avalia que o dia terminou mais calmo no Senado na quarta-feira, 6, e saiu como planejado.
O discurso do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi considerado bom e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou a interlocutores durante a sua disposição de não se envolver mais pessoalmente, às claras, neste processo, porque não quer importar a crise para o Planalto.
Isso não quer dizer que ele esteja retirando apoio de Sarney ou que vá deixar de articular, como está fazendo, para garantir o presidente do Senado no posto.
Pelo contrário, continuará ajudando e articulando, mas sem se expor como estava fazendo até agora.
O presidente Lula quer usar o envio da proposta do marco regulatório do pré-sal ao Congresso para ajudar a desviar o foco da crise para um tema novo, que possa mobilizar os parlamentares.
Daí a pressa em agilizar os trabalhos e aprovar a proposta no governo, para enviá-la ao Congresso o quanto antes.
Mais uma vez, Sarney fez chegar a Lula que, apesar da pressão familiar, não vai se afastar do cargo.
Reitera que tem 80 anos de idade e que não vai sair pela porta dos fundos do Congresso porque não é um Severino Cavalcanti, deputado que apesar de eleito para a presidência da Câmara acabou tendo de renunciar por causa de denuncias.
Lula acha que Sarney está muito sofrido, mas está convencido de que o pior já passou e que, agora, é só administrar o conselho de ética, que já começou a fazer seu trabalho.
Lula faz questão de lembrar a quem cobra o desgaste político sofrido pelo seu apoio a Sarney que o presidente do Senado não o abandonou nos piores momentos de seu governo, e que ele é grato aos que lhe estenderam a mão naquele momento.
A mudança de tática de atuação de Lula passou pela cobrança dos partidos da base, principalmente o PMDB, para que saíssem em defesa veemente de Sarney.
Exigiu também do PT que se eximisse de novas manifestações favoráveis ao pedido de licença de Sarney e apoiasse o arquivamento dos processos na Comissão de Ética do Senado.