Porto Alegre (RS) – O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta quarta-feira (05) o pedido de afastamento da governadora Yeda Crusius feito à Justiça Federal.
O pedido consta na ação civil de improbidade administrativa protocolada pelo órgão na 3ª Vara Federal de Santa Maria (RS), que também denuncia outras oito pessoas: Carlos Crusius (ex-marido de Yeda), Walna Vilarins Meneses (assessora de Yeda), o deputado federal José Otávio Germano (PP), os estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), Delson Martini (ex-secretario geral de governo), Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul) e de João Luiz Vargas (presidente do Tribunal de Contas do Estado).
A ação foi fundamentada em dados das operações Rodin e Solidária da Polícia Federal e se refere ao esquema de fraude que desviou R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Em coletiva concedida à imprensa, o Procurador Adriano dos Santos Raldi afirmou que o MPF continuará pressionando para que a apuração dos fatos seja feita com agilidade. “Falando em termos bem claros e que fique bem retido de que não haverá moleza para esses réus.
Não há moleza para nenhum acusado de ato criminoso ou ato de improbidade.
Também já fizemos o pedido à Justiça Federal para que libere o sigilo sobre esses dados”, diz.
Na ação, o MPF pede o afastamento, não somente da governadora Yeda, mas também dos demais envolvidos, o bloqueio de bens, o levantamento do sigilo da investigação e a suspensão dos direitos políticos de todos os denunciados.
O órgão ainda requer o ressarcimento de valores desviados dos cofres públicos que somam em torno de R$ 44 milhões de reais.
A Procuradora Jerusa Vieceli enfatiza que o próximo passo será dado pela Justiça Federal de Santa Maria.
Cabe agora à juíza Simone Barbisan Fortes notificar os réus para que façam suas representações e tomar a decisão final. “A ação foi protocolada hoje perante a Terceira Vara da Justiça Federal em Santa Maria (RS).
Agora a Juíza, responsável pelo caso, vai analisar e notificar os réus para que apresentem as suas respostas preliminar”, afirma.
A ação do Ministério Público conta com mais de 1,2 mil páginas e foi baseada em cerca de 20 mil ligações telefônicas.
Os réus não responderão criminalmente pelos fatos, já que é uma ação civil.