O senador Pedro Simon (PMDB-RS) encaminhou há pouco ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o pedido para que ele encarregue a corregedoria da Casa de interpelar o senador Fernando Collor (PTB-AL) para que explique os fatos a que se referiu na sessão do plenário, da última segunda-feira, que, segundo ele, seriam talvez “extremamente incômodos” para o parlamentar gaúcho.

Simon esclarece que a sua iniciativa se deve à necessidade de explicar o que Collor quis dizer com a sua ameaça.

Diz ainda que a interpelação se justifica para o “resguardo” da sua honra e sua biografia política e pessoal, “bem como para a adoção posterior de eventuais procedimentos”.

Na última segunda-feira, durante sessão do plenário do Senado,Pedro Simon pediu a saída de José Sarney da presidência do Senado, antes da reunião do Conselho de Ética, que está marcada para a tarde desta quarta-feira.

Renan Calheiros logo foi em defesa de Sarney: “Desde que o partido decidiu indicar O José Sarney a vice-presidente da chapa do Tancredo Neves, o sr.

Fala mal dele porque queria ser indicado”.

Simon logo rebateu: “Mentira”.

O plenário ainda estava vazio e a troca de acusações continuou.

O senador gaúcho lembrou de um acordo, realizado na China, em que alagoanos selaram o apoio à candidatura de Fernando Collor à Presidência, em 1989: “V.

Exª foi lá na China e fez o acordo com o Collor.

Foi dos homens que estiveram com o Collor”.

Calheiros garantiu não ter vergonha de nada do que fez, e provocou o rival político: “Diferente do senhor”.

Durante esta discussão entre os senadores Pedro Simon e Renan Calheiros, o senador Fernando Collor ainda não estava presente no plenário.

Ele logo chegou ao local, correndo, e puxou o microfone para entrar no debate. “As palavras que o senhor acabou de usar são palavras que eu não aceito.

Quero que o senhor as engula agora”, disse o ex-presidente da República, que teve seu mandato cassado pelo Senado em 1992.

Collor continuou seu discurso e lançou uma ameaça,que agora Simon quer tirar a limpo, dizendo que, da próxima vez que o senador Simon tocasse em seu nome num discurso, ele relataria fatos que seriam “extremamente incômodos” para o senador gaúcho.

Na Agência Estado