Caro Jamildo, Passou dos limites da tolerância e do bom senso o que estão fazendo com a fábrica da Tacaruna, na divisa entre Recife e Olinda.

Por se tratar de um prédio histórico e já tombado pelo Iphan todo cuidado é pouco para sua preservação e eventos realizados no seu entorno merecem nossos protestos e repúdio.

Patrimônio histórico e pra ser respeitado e não destruído.

Vale salientar que o Ministério Público de Pernambuco chegou a promover várias audiências públicas para discutir o caso daquela fábrica, nas quais ficou provado que grandes eventos no espaço constituem um dano ao patrimônio público, uma vez que podem ameaçar o prédio da antiga fábrica.

Por isso, a matéria de hoje (4) publicada no JC On Line é pertinente e oportuna, quando focaliza o protesto e a indignação dos moradores.

Perfeito e sem ressalvas.

Morar nos bairros de Campo Grande, Sitio Novo e Salgadinho transformou-se num grande desafio contra o barulho vindo da fábrica da Tacaruna.

O Maior Show do Mundo, evento realizado no último sábado (2) que contou com Ivete Sangalo, Belo e outras oito atrações, não respeitou a lei do silêncio, provocou engarrafamentos, as casas tremeram diante o barulho, uma vez que a quantidade máxima de decibéis permitida não foi respeitada.

Pergunte a quem mora na Estrada de Belém, em Campo Grande ou na Avenida Correia de Brito, em Sítio Novo, como foi o seu final de semana?

Pode ter certeza: foi algo além do normal.

Homens, mulheres, crianças e idosos comeram o “pão que o diabo amassou” diante do som insuportável.

Você imagina o que é uma noite mal dormida por conta do barulho?

Não pense muito amigo. É pior do que insônia…

Basta dessa agitação inconsequente!

Basta do estímulo imbecil e desenfreado ao consumo de bebidas alcoólicas de jovens adolescentes perdidos na “corda bamba” da vida!

Nada disso significa a valorização de nossa cultura, pois os shows em sua grande maioria realizados naquele espaço têm artistas de fora que nada, absolutamente, nada têm a ver com a rica história de Pernambuco.

Tem muitos oportunistas, “caçadores da arca perdida” e ” mercadores de ilusões", ganhando em cima dos “rebeldes sem causa”.

Vamos cantar, dançar, pular, vibrar, mas respeitando o sono alheio.

O que não tem limites, vira baderna, esculhambação!

Que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) tome providências urgentes, porque já existe o comentário de que está sendo agendado para setembro um novo evento de grandes proporções no local.

Assim vai detonar corações e mentes!

Mas, eu não posso perder minha esperança por dias melhores de respeito e cidadania.

Chico Carlos é jornalista